Maria Furtado Cunha estava a preparar-se para um jantar de aniversário. Vestia jeans e um body preto de mangas a três quartos, decotado nas costas. Este cenário perfeitamente normal e do quotidiano fez, literalmente, parte de um sonho desta jovem de 29 anos, em 2013.
“Lembro-me que acordei e só queria ter aquele body no roupeiro. Fui ao Amoreiras [centro comercial em Lisboa], a uma loja que tinha muitos fatos de banho, mas não encontrei nada do género”, conta à NiT.
Na altura, a estudar Arquitetura na Universidade Lusíada, também na capital, Maria decidiu propor um desafio à amiga Sofia Veiga França. “Ela também gosta muito de moda e falei-lhe de criarmos uma marca de bodies portugueses, mas na altura a conversa ficou por ali.”
Depois de terminar o curso, a madeirense fez as malas e foi passar quatro meses a Nova Iorque, nos EUA. Tirou um curso de Inglês no Empire State Building e conheceu pessoas de todo o mundo. “Voltei em dezembro de 2014, para passar cá o Natal. Estava, finalmente, decidida a criar a minha marca e o tal body com que tinha sonhado.”
Perita em desenho, Maria encheu um caderno que tinha trazido da viagem com centenas de imagens. Colou todas as folhas nas paredes do quarto e chamou as amigas Maria Pascoal e Beatriz Moniz Ramos para ajudarem a decidir os modelos.
“Encontrei um atelier no centro do Porto que começou por fazer os bodies e também tinha uma costureira em Lisboa que fazia algumas coisas”, explica. A 17 de junho de 2015 apresentou oficialmente a marca Maria.Bodyline ao público.
“A minha irmã, Teresa Furtado, é amiga do Agir e na altura ele ajudou-me muito. Fiz a apresentação na discoteca Urban Beach e ele foi lá cantar a música ‘Parte-me o Pescoço’. Aliás, no videoclip usam bodies da minha marca,” conta.
Foi nessa mesma altura que Maria conheceu Francesca Ferragni, irmã da bloguer mais famosa do mundo, Chiara Ferragni, e que tem quase um milhão de seguidores no Instagram. “Ela tinha estado cá a fazer Erasmus e tornou-se amiga de uma amiga minha, a Inês Forjaz Secca. Conheci-a e ofereci-lhe um body que ela adorou e usou nessa edição do NOS Alive.”
Entretanto, a italiana voltou para o seu país, mas este ano a madeirense resolveu convidá-la para vir novamente ao festival de música. “A Francesca aceitou logo. Mostrei-lhe a coleção nova e ela ficou com os modelos todos, exceto dois bodies que não gostou de ver nela. Depois usou um em cada dia do evento e agora nas férias em Positano, Itália.”
A nova coleção surge naquele que é um ponto de viragem na Maria.Bodyline. Um situação privada na vida de Maria fez com que ela regressasse à Madeira entre 2017 e 2018 e parasse de produzir para a marca.
“Ficaram muitos traumas, mas depois de uma viagem à Guiné decidi regressar para Lisboa e focar-me em seguir em frente”, explica à NiT. Na altura, a jovem fez várias coisas: desde condutora de tuk tuk a vendedora de Bimbys, até que conseguiu reerguer a marca.
“A nova coleção tem vários modelos de bodies que representam a minha vida. Já fiz modelos inspirados na minha irmã ou amigas, mas agora decidi contar a minha história”, explica.
Assim, na nova coleção encontra, por exemplo, o “MyMaria”, o primeiro body de todos reinventado; o “Renascer”, com algumas transparências; o “Transformação”, um modelo reversível; o “Revolução”, mais arrojado; e o “Liberdade”, uma proposta só com um ombro.
As peças são todas em lycra e feitas numa fábrica em Barcelos. Pode comprá-las no site da marca e no It Market, no Centro Colombo, em Lisboa.
Quem manda nisto tudo?
Nome: Maria Furtado Cunha
Idade: 29 anos
Formação: Arquitetura
Peça favorita: O body My Maria
Guilty pleasure: Ver vezes sem conta a série “Friends”. Admito que vejo as temporadas todas e volto à primeira temporada outra vez. É das coisas que mais me dá prazer hoje em dia porque dou sempre uma grande gargalhada e consigo desligar-me de tudo
Convença-nos a conhecer a marca numa frase: A Maria.Bodyline é um estado de espírito. É uma marca com alma que quer deixar uma mensagem.
A seguir, carregue na galeria para conhecer algumas propostas da marca.