Para alguém nascido nos anos 80, que cresceu com as enormes cabeleiras da mãe, tias e afins a servirem de exemplo ao modelo de beleza da época — e, muito importante, a não gostar —, torna-se complicado entender o porquê do regresso desta tendência.
Não irei referir aqui o visual de Halle Barry nos Óscares deste ano, que estava sofisticado e elegante. Quando penso no look a les 80’s que o mundo não precisa de abraçar, falo antes daquela Sarah Jessica Parker com uma polpa levantada na parte frontal da cabeça, sustentada por uma juba de proporções inomináveis e, last but not least, tudo lambuzado por um gel responsável por acrescentar ao visual o desnecessário “aspeto molhado”.
Diz-se que nada se perde, mas também se diz que tudo se transforma e a tendência da permanente, não se tendo perdido no tempo, efetivamente transformou-se, regressando mais depurada, simples e com tudo para se tornar trendy.
Hoje, a permanentemania regressa em modo beach look, com ondas rebuscadas dos desfiles Victoria’Secret, porém mais assumidas.
Uma vez que não há bela sem senão, a tendência não chega com facilidade a todas as cabeças, sendo perfeita para quem tem caracóis e quer assumi-los de vez. Os cabelos lisos terão mais dificuldade em se tornarem numa versão moderna de Sarah Jessica Parker, precisando, para isso, de investir numa ida a um (bom) cabeleireiro, deixando-o nas mãos de quem sabe.
O processo incluirá produtos fortes, de maneira que a confiança é essencial. Para não falar no facto de que, passe a redundância, a permanente é, de facto, permanente.