Recentemente, Santorini foi notícia em todo o mundo por causa das limitações — que apenas será efetiva no próximo ano — ao número de turistas que viajam para a ilha na Grécia. Agora, as atenções voltam a virar-se para esta localidade paradisíaca, mas por outro motivo: um relatório, publicado pelo jornal inglês “The Telegraph”, revelou que as emissões provenientes dos cruzeiros e outras embarcações que navegam nas águas que circundam Santorini, se começam a traduzir num perigo significativo para a saúde pública.
Os testes à qualidade do ar foram conduzidos durante dois dias consecutivos e concluíram que os níveis de poluição são 17 vezes superiores ao esperado numa rua congestionada, por exemplo. Segundo Axel Friedrich, especialista em poluição atmosférica, os números encontrados na ilha são de 340 mil partículas por centímetro cúbico, um valor muito mais elevado do que numa via muito movimentada, na qual os níveis de concentração se encontram entre os 20 e os 30 mil.
Estes níveis de poluição devem-se sobretudo, segundo Friedrich — cuja investigação foi apoiada por duas organizações não-governamentais, a HOS e a NABU — , à indústria de transportes náuticos, que usa combustíveis pesados sem sistemas de limpeza de gases no Mediterrâneo.
Para inverter esta situação, algumas empresas, como a Royal Caribbean e a Costa Cruises, já anunciaram que têm planos para introduzir barcos mais amigos do ambiente. Mas não se quiseram comprometer com uma data para pôr em prática esta medida.