Chama-se Museu de Arte e Indústria Andre-Diligent, mas também é conhecido como La Piscine: a Piscina, em tradução literal. Isto porque este incrível e famoso edifício Art Deco é uma antiga piscina, que foi transformada num museu há 17 anos, sem perder a sua essência: aqui, a sala principal de exposição tem mesmo água.
O espaço sofreu recentemente uma remodelação sem precedentes que durou mais de 18 meses. Durante este período, o museu teve mesmo de fechar ao público por várias vezes. Depois de anos de abandono como piscina e de uma primeira nova vida como museu, estava na altura de transformar La Piscine num local obrigatório em qualquer guia turístico. Foi isso mesmo que aconteceu.
Agora, o museu de Roubaix, no norte de França, quase na fronteira com a Bélgica, reabre com mais dois mil metros quadrados adicionais — fica com oito mil no total — três novos espaços e mais de duas mil obras permanentes para visitar.
A reabertura aconteceu este fim de semana. Para assinalar o investimento (de mais de nove milhões de euros) e a reforma completa do museu, há obras de Alberto Giacometti, Pablo Picasso e Hervé Di Rosa para conhecer até 20 de janeiro de 2019.
Os antigos banhos municipais Art Deco abrigam agora uma coleção total de milhares de obras, incluindo pinturas dos séculos XIX e XX, cerâmicas, jóias, vidro e móveis.
O museu acolhe cerca de 15 exposições temporárias a cada ano e as cinco exposições que estão patentes até janeiro valem bem a viagem. Destaque para “Hervé di Rosa: o trabalho no mundo” (incluindo as suas passagens por Portugal), “Pablo Picasso, o homem com as ovelhas”, “Alberto Giacometti. Retrato de um herói “, “As pinturas fantasmas de Bailleul “e” Freestyle para ceramistas belgas”.
Numa região que já viveu da indústria têxtil — e que quase foi à falência com a crise no setor — o museu tem sido um fôlego para a economia, atraindo mais visitantes do que as melhores expetativas (quase 3,5 milhões desde que abriu em 2001). Agora, com esta remodelação, este número deverá disparar.
No novo La Piscine existe uma galeria dedicada aos artistas do Grupo Roubaix e um espaço para a realização de workshops, sobretudo para o público jovem. Uma segunda ala abriga uma sala de exposições temporárias, bem como um espaço de escultura moderna. Há ainda uma sala dedicada à história da cidade.
Segundo a “Lonely Planet”, o La Piscine nasceu em 1932, quando o arquiteto Albert Beart foi convidado pelo então prefeito de Roubaix a construir a piscina mais bonita de França.
O objetivo foi cumprido. À imagem da opulenta e próspera cidade que Roubaix era então, nasceu um gigante complexo municipal de banhos, com estátuas de mármore e vitrais que simbolizam o nascer do sol.
As estátuas de mármore de Alfred Bouche, que guardam as águas (e agora os quadros), representam Esperança, Fé, Caridade e Ternura. Mas nada disto valeu ao espaço quando, em 1985, a piscina foi fechada por motivos de segurança. E assim ficou até 2001.
Foi então que reabriu como um museu, dando uma nova vida e impulso à região. Atualmente, os preços dos bilhetes começam nos 9€ por pessoa. Se quiser ter mais informações, pode consultar o site oficial do espaço.
A melhor forma de chegar ao La Piscine e a esta incrível região de França a partir de Portugal, é apanhando um voo para Lille. Há várias opções a partir de 29,99€, ida e volta, graças às companhias low cost.
Quando chegar a Lille, uma cidade que também vale a pena conhecer, está a menos de meia hora de distância de Roubaix e do museu, seja de carro ou autocarro. Se quiser transformar esta viagem num três em um, passe pela magnífica cidade de Bruges, na Bélgica. Está a apenas uma hora dali.