A ânsia pela invasão da privacidade alheia e pela curiosidade do quotidiano dos outros atingiu níveis sem precedentes, num novo escândalo de voyeurismo que foi agora descoberto na Coreia do Sul.
A polícia local prendeu dois homens por filmar secretamente 1600 hóspedes e transmitir as imagens ao vivo e online, em live streaming. 42 quartos, de 30 hotéis, em 10 cidades sul-coreanas tinham câmaras escondidas desde novembro do ano passado que filmavam o dia a dia dos hóspedes sem o seu conhecimento, noticia o “The Guardian“.
Segundo o jornal britânico, mini-câmaras com lentes de 1 milímetro foram encontradas em caixas digitais de televisão, porta-secadores de cabelo e tomadas de parede. Mais de 800 vídeos filmados ilegalmente foram transmitidos ao vivo através de um servidor baseado no exterior.
No momento em que o site foi desligado, no início do mês de março, os suspeitos já teriam ganho cerca de sete milhões de dólares, ou 6,300 milhões de euros. Pelo menos 97 pessoas pagariam uma taxa mensal para aceder ao material, disse o jornal, mas o site teria mais de quatro mil utilizadores.
Dois outros homens estão a ser investigados em ligação com o caso, não se sabendo mais detalhes por enquanto. A polícia local já afirmou que não há provas de que os hotéis estivessem cientes de que os seus hóspedes estavam a ser filmados sem o conhecimento deles.
O “The Guardian” adianta que a Coreia do Sul está a lidar com uma verdadeira praga de molka, ou vídeos secretamente filmados e de natureza sexual que visam mulheres em lugares públicos, como casas de banho e vestiários de ginásios, mas até nas suas próprias casas. O problema chegou a um ponto em que há polícias femininas a revistar casas de banho públicas em Seul para garantir que não há câmaras escondidas e até já houve manifestações de mulheres a exigir o fim das gravações.