No início de maio, veio a notícia: a Grécia, que conseguiu em alguma medida controlar a pandemia do novo coronavírus, estava a caminho de levar os contágios da doença para níveis que permitissem a sua reabertura, como destino turístico, já no próximo mês de julho.
O país tem sido muito elogiado por ter imposto a contenção e o fecho da economia quando ainda tinha poucos casos e os resultados estão à vista: na segunda semana deste mês havia cerca de 2.600 casos de Covid-19 e de 150 mortos devido à doença; e agora há 2.853 contagiados e 168 mortes registadas.
A 9 de maio, o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis dizia que, apesar de este ser inevitavelmente um verão diferente para todos, mesmo sem “bares abertos ou multidões, será possível ter uma experiência fantástica na Grécia — desde que a epidemia global esteja num caminho descendente”.
Voltar a receber turistas significa reabrir o país a pessoas potencialmente portadoras do novo coronavírus. Mas Mitsotakis não pensa dessa forma e espera que os atuais regimes de testes rápidos possam ser melhorados para reduzir o risco de contágios. Neste momento, por exemplo, todos os viajante internacionais fazem o teste rápido para a Covid-19 ao chegar ao aeroporto de Atenas.
Enquanto espera por visitas, a Grécia tem lançado as fases do seu desconfinamento no caminho para alguma normalidade e para o objetivo de ter hotéis abertos até julho. E agora foi revelado que estão a ser implementados drones para ajudar a rastrear os banhistas, numa tentativa de garantir que o distanciamento social seja respeitado.
Segundo a “Lonely Planet“, já no passado fim de semana os gregos que desfrutavam do clima quente foram surpreendidos por drones, que emitiam a mensagem “nós mantemos distância, nós respeitamos a saúde pública”. A polícia e os guardas municipais também estiveram nas praias para ajudar a garantir que as multidões se mantivessem dispersas e os banhistas agissem com responsabilidade.
O país já reabriu 515 das suas praias, ainda que com várias medidas para seguir, sendo o distanciamento social a mais destacada. Também não haverá desportos ,festas com música e bebidas alcoólicas e os bares de apoio de praia só funcionarão com comida. Serão constantemente desinfectados, tal como as espreguiçadeiras.
Com mais de 31 milhões de turistas em 2019 – três vezes sua população – a Grécia mais do que duplicou o seu número de visitantes em dez anos. Pelo menos um em cada quatro gregos trabalha no turismo ou em indústrias relacionadas. As previsões iniciais para 2020 projectavam um ano de expansão no setor, o que garantidamente já não irá acontecer.