No bairro pobre de El Matareya, no Cairo, dezenas de pessoas assistiram a um momento histórico. Uma equipa de arqueólogos alemães e egípcios encontrou partes de uma estátua que acreditam retratar Ramsés II, um faraó que governou o Egito durante o século XIII a.C. — mais precisamente entre 1279 a.C. e 1213 a.C.. O anúncio ao público foi feito esta quinta-feira, 9 de março.
A estrutura foi retirada de uma poça de água e terra, numa zona de estradas lamacentas e edifícios inacabados. Feita de quartzito e com uns impressionantes oito metros de altura, os especialistas acreditam que esta estátua tenha mais de 3 mil anos. No mesmo sítio foi descoberta uma estrutura mais pequena (aproximadamente 80 centímetros) feita de calcário, que pode representar o faraó Seti II (neto de Ramsés II).
O Ministério de Antiguidades do Egito considera este um dos achados mais importantes da História. Em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”, Khaled al-Anani contou que recebeu um telefonema na passada terça-feira, 7, a anunciar a descoberta. No local, o ministro das antiguidades explicou aos jornalistas: “Encontrámos o busto da estátua e a parte inferior do rosto, e agora removemos a cabeça e descobrimos a coroa, a orelha esquerda e um fragmento do olho direito.”
O bairro do achado fica perto das ruínas do templo do Sol, mandado construir por Ramsés II. No reino do Egito houve 11 Ramsés, mas apenas este foi chamado de Ramsés, o Grande.
As restantes partes da estátua vão ser agora retiradas do local e restauradas. Se ficar provada a ligação a Ramsés (o Grande, claro), a peça vai ter certamente um lugar de destaque no Grande Museu Egípcio, que vai abrir em 2018.