Itália é, certamente, um dos países com mais história. E ela continua bem presente nos dias de hoje, mesmo que inesperadamente. No passado dia 7 de maio, mesmo em frente ao Panteão de Roma, um cano rebentou e levou à deslocação de terras.
Sete lajes do pavimento ficaram à vista e os arqueólogos quiseram aproveitar para ver o que estava lá por baixo. Era, inevitavelmente, um marco histórico e bem antigo da cidade: uma praça do tempo do imperador Adriano, do século II.
De acordo com o jornal “Corriere de la Serra“, Marta Baumgartner, arqueóloga da superintendência especial responsável pela escavação, explica que a existência da praça já era conhecida desde 1990, altura em que foi descoberta durante as escavações de uma instalação de cabos elétricos no local. Com 120 metros por 60, ela terá sido usada durante séculos, até ser tapada durante a Idade Média.
Como nem sempre é possível parar o trânsito da cidade para fazer explorações arqueológicas, este tipo de descobertas fica registado e volta-se entretanto a tapar. Foi o que aconteceu nos anos 90 e é precisamente o que vai voltar a acontecer agora – apesar de haver mais tempo para investigar devido ao isolamento social dos italianos.
“O mais interessante é que o local foi encontrado intacto, protegido por uma fina camada de um material vulcânico usado para criar cimento, assim há mais de vinte anos. Isto significa que a proteção arqueológica funciona”, afirma a arqueóloga.
Daniela Porro, também responsável pelas escavações, acredita que “é uma demonstração inequívoca de quão importante é a proteção arqueológica, não apenas como uma oportunidade de conhecimento, mas como parte fundamental para a preservação dos testemunhos de nossa história, património inestimável da cidade de Roma”.