Na Arábia Saudita as mulheres não podem conduzir (não há legislação oficial sobre isso, mas o preconceito é tão forte que é como se houvesse), mostrar corpo ou usar demasiada maquilhagem. Também não é permitido viajar, estudar, casar ou trabalhar sem a autorização de um homem, nem praticar desporto livremente ou sequer abrir uma conta bancária.
As regras não vão mudar. Mas estão prestes a ficar mais ocidentais para os turistas. O governo da Arábia Saudita, em particular o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, anunciou que vai construir um projeto megalómano nas 50 ilhas do Mar Vermelho para as transformar em resorts de luxo. É a chegada do Red Sea. A ideia é, claro, atrair turistas nacionais mas sobretudo estrangeiros. Até aqui nada de novo, não tivesse o jornal britânico “The Telegraph” avançado que as mulheres vão poder usar fatos de banho e biquínis.
É uma exceção à lei, portanto. Aproximando-se dos padrões internacionais, nestas 50 ilhas e 180 quilómetros de costa — que correspondem em área ao tamanho da Bélgica — haverá hotéis, casas e “leis em conformidade com os padrões internacionais”. Por enquanto ainda não foi revelado se a Arábia Saudita também será mais permissiva em relação à possibilidade de consumir álcool.
O projeto Red Sea pertence à Vision 2030, que está a ser liderado por Mohammed bin Salman. As obras deverão começar em 2019, sendo que a primeira fase deverá estar concluída três anos depois. Até 2035, eles esperam receber cerca de um milhão de visitantes.