A Uber convidou-me a testar as suas novas bicicletas partilhadas de Lisboa, o modelo 5.6 das Jump. Os veículos da nova versão, que chegaram à capital em junho, foram produzidos em Portugal e têm novidades: desbloqueamento por código QR, ligação 4G, cabo de segurança integrado. Como utilizador regular de bicicleta em ambiente urbano, já era cliente da versão anterior, por isso aceitei o convite para dar a minha opinião com todo o gosto.
No primeiro teste, fui da redação da NiT à Portela de Sacavém. Saí do escritório, nas Laranjeiras, e cinco minutos depois estava a desbloquear uma das bicicletas disponíveis perto do escritório. Depois de regular o banco em altura e de verificar se os travões estavam afinados, pus-me a caminho.
A bicicleta é mais “prática” do que a versão anterior, estando para mim a grande melhoria no sistema de tranca da bicicleta. Onde antes tínhamos um ferro em U que tinha de se pendurar lateralmente e que ficava solto durante a viagem, agora temos um cabo de aço que se recolhe sozinho.
O painel também mudou. Agora tem um suporte para telemóvel (na horizontal) e alguns indicadores visuais, como por exemplo do nível da bateria. Não usei o cesto frontal, pois a minha mochila não cabia — se tivesse uns elásticos para prender carga, era capaz de ter arriscado fazê-lo.
A viagem decorreu sem sobressaltos, respeitando sempre as regras do trânsito, percorrendo os cerca de 9.200 metros entre a partida e o destino, em hora de ponta, em cerca de 41 minutos. A viagem ficou a 6,15€.
A segunda viagem, já não correu tão bem. Saí do escritório em direção a Monsanto, para ir correr a seguir, e descobri que não podia estacionar no local onde deixei a bicicleta. Infelizmente, só fui avisado disso pela app depois de parar, o que me obrigou a voltar atrás para procurar uma zona de estacionamento autorizado. Ou seja, acabei por perder algum tempo extra.
Em resumo, as novas Jump são umas bicicletas robustas e estáveis, mas um pouco grandes demais para circular no trânsito caótico de Lisboa, especialmente em hora de ponta.
São boas para andar na ciclovia, ou para passeio à Beira Rio, sendo que, pelo menos para mim, o seu preço de utilização seja um tanto ou quanto elevado para uma utilização regular.
As Jump entraram em Lisboa em fevereiro deste ano, com 750 veículos. Outras mil bicicletas, já dos novos modelos produzidos em Portugal, foram adicionadas a partir de 1 de junho.
Para utilizá-las, só tem de instalar a app da Uber e selecionar a opção Pedalar. Depois escolhe uma bicicleta para desbloquear estacionada nas proximidades. De seguida, dirige-se à Jump escolhida, introduz o PIN de desbloqueio disponível na aplicação (ou usa o código QR, no novo modelo) e remove e guarda o cadeado. Após verificar as condições de segurança dos travões e pressão de pneus, pode começar a viajar.
As bicicletas podem ser utilizadas 24 horas por dia e custam 15 cêntimos por minuto. Não há valor de desbloqueio. No final da viagem, deve estacionar a bicicleta dentro da zona Jump apresentada no mapa da aplicação e usar o sistema de bloqueio para concluir o aluguer.
Segundo uma reportagem recente da “Shifter“, em algumas cidades, como Nova Iorque, o custo por minuto é um pouco menor do que em Lisboa, que está na média do praticado pela empresa mundialmente. Em Paris o preço é 1€ de desbloqueio e 0.15€ por minuto depois, tal como em Londres (em libras). Noutros locais, como em São Francisco, existem pacotes de subscrição mensal, como 5€ por mês para ter uma hora diária, para população com carência económica comprovada.