Na quinta-feira, 5 de março, a Agência Europeia do Ambiente divulgou um relatório no qual constam as capitais com maior exposição ao ruído do tráfego aéreo. As conclusões, posteriormente analisadas pela Associação Zero, revelaram que Portugal, comparativamente com outros países da União Europeia, vive um momento preocupante.
“Os dados dramáticos (…) mostram necessidade inequívoca de limitar fortemente, desde já, o tráfego no aeroporto de Lisboa”, pode ler-se numa nota publicada este domingo, 8 de março, no site oficial da Zero.
Entre as principais conclusões, é destacado o facto de Lisboa ser a segunda pior capital europeia — a seguir ao Luxemburgo — em relação à exposição ao ruído do tráfego aéreo. No que respeita ao indicador Lden (média de 24 horas ponderada por períodos diurno, entardecer e noturno), 15 por cento da população do município está exposta a níveis superiores a 55 dB; e relativamente ao indicador Ln (ruído noturno entre as 23 e as 7 horas), dez por cento da população é exposta a níveis superiores a 50 dB.
Além disso, somos o país da União Europeia com maior percentagem de crianças entre os sete e os 17 anos afetadas por problemas de leitura nas áreas com mais tráfego aéreo (6,8 por cento). Em termos absolutos, Portugal é o quinto pior país, com uma estimativa de 7500 crianças afetadas.
“Os dados apresentados tornam inequívoca a necessidade de urgentemente garantir a exclusão absoluta de voos noturnos, tal como previsto na lei do ruído, e sem quaisquer exceções após o final das obras em curso”, alerta a associação ambientalista.