Bruno Gomes estava a ter uma conversa com um amigo norte-americano que lhe perguntou porque é que ele não abria uma empresa ligada ao turismo. “Eu não sou um guia turístico, odeio empresas turísticas”, respondeu-lhe. E continuou: “Estou a fazer isto porque estou desempregado, tenho tempo, adoro a minha cidade e quero partilhar este amor e conhecimento com toda a gente. Eu quero que eles percebam como é que as coisas funcionam por aqui, e é isso.”
A resposta foi imediata: por favor, continua a fazer o que está a fazer. Assim foi: no início de 2010, Bruno Gomes juntou-se a outros “filhos da crise”, conforme lhes chamou na entrevista ao “The Independent”, e abriu a We Hate Tourism. Bruno era designer gráfico, Pedro fotógrafo, mas também houve espaço na equipa para um jornalista, um engenheiro e um psicológico. Sete anos depois, são um sucesso na cidade a organizar tours em Lisboa e no Porto que são tudo menos passeios turísticos.
Esta quinta-feira, 31 de agosto, a repórter Yvonne Gordon, do jornal britânico “The Independent”, publicou um artigo a relatar a sua experiência com a empresa We Hate Tourism em Lisboa. Nesta viagem, eles passaram a correr por Belém (“acho que passar uma hora na fila é horrível”, disse Bruno à publicação quando estavam junto ao Mosteiro dos Jerónimos); foram à Capela de São Jerónimo, onde não estava ninguém e a vista era privilegiada para a Torre de Belém; e ainda beberam um chá num quiosque na Feira da Ladra.
O que é que precisa de saber sobre a We Hate Tourism
Eles têm vários programas disponíveis, desde um passeio por Sintra até ao “Dinner With Us or Starve” (come connosco ou morre à fome, em tradução livre). Seja qual for a escolha, pode ter a certeza que eles vão fugir das multidões de turistas. A ideia é sempre mostrar um lado diferente da cidade, seja através da comida, surf ou num jeep imponente, sem entrar nas confusões habituais do turismo massificado.
A We Hate Tourism opera em Lisboa e no Porto. Os preços começam nos 30€ por pessoa.