Há qualquer coisa em Braga nos remete para um labirinto. Não são as igrejas que se erguem a cada esquina, nem os sinos que povoam as tardes de compras nas ruelas do centro histórico. A cidade dos arcebispos, assim conhecida pelas fortes raízes religiosas, é também uma terra de pecado.
Conservadora, foi o embrião de uma das bandas mais subversivas do rock português. Falamos dos Mão Morta, claro, a banda de Adolfo Luxúria Canibal, apenas como exemplo dos bons pecados bracarenses. Porque há muitos, e sob variadas formas: cometem-se à mesa de um restaurante, ao balcão de um bar ou no conforto de um hotel de charme.
Já marcou viagem? Então continue a ler este texto. Pelas ruas do Centro Histórico há um cardápio de sítios para descobrir. Alguns são recentes outros já perderam a conta às vidas que tiveram. Entre lojas de artigos religiosos, espaços pop e fashion intervalados pelos pronto-a-vestir dos anos 80, encontram-se sítios originais, como uma livraria histórica convertida em café bar ou uma barbearia que é um clube de jazz. Há casas antigas convertidas em restaurantes de cozinha tipicamente minhota ou vanguardista, mas também tascas que se tornam o centro do mundo num sábado à noite. Daquelas muito concorridas em que parece caber lá toda a cidade.
O centro histórico não sofreu uma mudança, foi quase uma revolução. Para quem conhecia aquelas ruelas durante a noite, habituou-se a frequentar pouco mais do que o Deslize, um bar galeria de arte que se mistura com a história dos Mão Morta e com a própria cultura underground da cidade. O bar ainda lá está com as suas galerias estreitas em granito, praticamente às portas da Sé, mas hoje ganhou vizinhança e concorrência.
Em poucos anos abriram dezenas de estabelecimentos novos, alguns já se tornaram uma referência nacional no que respeita à programação. O Sé La Vie, por exemplo, recebe dos projectos musicais mais interessantes que se vão fazendo por cá.
Depois há tudo à volta: a Serra do Gerês a 45 minutos de carro, as praias de Viana do Castelo a meia-hora e o todo o Minho pitoresco que vai dos arredores da cidade até à fronteira de Monção. Em tempos rotulada como a cidade mais jovem da Europa, Braga tem com dois mil anos de história e peculiaridades incríveis, como uma rua perto do santuário do Bom Jesus que parece descer mas onde os carros sobem sozinhos. Há teorias para explicar este fenómeno mas nem vale a pena abordar muito o assunto. Mais vale agarrar no carro e marcar um hotel.
Precisa de mais razões? A NiT dá-lhe cinco. Carregue na galeria.