Há um plano da autarquia de Cascais de 150 milhões de euros que pretende construir residências universitárias com 430 alojamentos e rendas que vão dos 300€ aos 450€, avançou o jornal “ECO” este domingo, 20 de outubro. Na origem do projeto está o aumento nos preços das rendas em Lisboa e no Porto, que também já se faz sentir em Cascais.
Ao “ECO”, o presidente da autarquia revelou que o plano se foca nos estudantes de modo a “captar mais faculdades” para a zona, no seguimento da chegada da Nova SBE a Carcavelos. Mas o objetivo também passa por atrair mais empresas a Cascais: o orçamento divide-se entre investimento privado e público e resultará na instalação de 1178 apartamentos privados e 430 da autarquia, num total de 1608.
O Mosteiro de Santa Maria do Mar, em Sassoeiros, vai ser uma das residências de estudantes, mas vai haver mais três — uma no Bairro dos Pescadores e duas no Bairro Marechal Carmona. Carlos Carreira, presidente da Câmara Municipal de Cascais revelou ainda ao “ECO” que a autarquia vai investir 18 milhões de euros nos 430 apartamentos de estudantes.
Os apartamentos de investimento privado terão “preços de mercado”, mas as rendas vão ser controladas nas residências de estudantes. No Mosteiro de Santa Maria maior, as cem unidades vão ter preços mensais que não ultrapassam os 300€. Nos outros espaços, poderão chegar aos 450€, já que vão contar com outros serviços, como zonas de coworking.
Mas a habitação acessível também faz parte do plano de habitação de Cascais. “Esta é uma tentativa de ultrapassar o problema e responder à forte pressão imobiliária que existe. Se a habitação tem uma função social, não cabe aos privados suportar o peso de cumprir essa responsabilidade social, mas sim ao Estado“, explicou Carlos Carreiras ao “ECO”.
Entre as 1300 unidades de habitação acessível que já estão a ser construídas, há 110 inseridos em dois polos diferentes que se direcionam a cidadãos deficientes, especialmente aqueles que não têm autonomia. O investimento em habitação social vai custar à 130 milhões de euros à Câmara Municipal de Cascais.
“Neste momento temos de colocar a questão da habitação como uma prioridade que não pode ser adiada. Temos de dar sinais de que estamos a abrir caminhos para que possa ser mitigada”, revelou Carlos Carreiras ao “ECO”.