Os portugueses estão em contenção para tentar que a pandemia do coronavírus tenha em Portugal o menor impacto possível. E acreditam que o prolongamento do estado de emergência será mesmo necessário para tentar controlar a situação. Segundo a última sondagem do Barómetro de Opinião Covid-19 da Marktest, os portugueses são praticamente unânimes (94%) quanto à possibilidade de prolongar por mais 15 dias o estado de emergência.
O inquérito, feito a 24 e 25 de março, regista uma subida de 4% face à semana anterior. Em relação a esta diferença temporal, há também uma subida no número de portugueses que consideram que o País vai necessitar de mais de três meses para enfrentar o problema do coronavírus e as limitações associadas ao mesmo.
Quanto à avaliação da atuação do Presidente da República neste contexto pandémico, 75% dos portugueses dá nota positiva a Marcelo Rebelo de Sousa, que decide esta quarta-feira, 1 de abril, se prolonga o atual estado de emergência — que está em vigor até quinta-feira, dia 2 — por mais 15 dias. Esta terça-feira já começaram as reuniões técnicas para ajudar o Presidente a tomar sua decisão.
Na segunda-feira, 30 de março, o primeiro-ministro António Costa, referiu que com, ou sem renovação formal do estado de emergência, vai ser preciso prolongar as medidas que têm vindo a ser adotadas. A contenção está, para António Costa, a revelar-se eficaz, mas o País não pode vacilar na curva.
Em declarações aos jornalistas na nova unidade de apoio hospitalar à pandemia da covid-19 da Câmara e da Universidade de Lisboa, e citado pela Lusa, o líder do executivo lembrou que o Presidente da República é quem “tomará esta semana a iniciativa de renovar ou não o estado de emergência”, dando nessa altura o governo a sua opinião a Marcelo Rebelo de Sousa. Depois haverá, novamente, “uma decisão da Assembleia da República”.
“Creio que, sem fazer futurologia, o que é expectável é que, sabendo nós que temos tido sucesso felizmente em baixar o pico desta pandemia — ou seja, o momento em que o maior número de pessoas estará infetado — mas ao mesmo tempo prolongando a duração desta pandemia, isto significa que vamos ter que prolongar também as medidas que têm vindo a ser adotadas, com estado de emergência ou sem estado de emergência”, frisou.
Em relação às festividades que se aproximam, o primeiro-ministro deixou claro que “vai ter que ser mesmo uma Páscoa diferente” e que as “pessoas não podem ir à terra”, nem podem ir ao Algarve, não podendo as famílias celebrar esta quadra festiva “todas reunidas”. É um sacrifício “essencial para nos salvarmos a todos”, sublinhou António Costa.