Luís e Sara meteram-se no carro e foram à Suíça num instantinho. Pelo caminho entraram no novo ano, comeram bem e bastante mal. Em Saragoça o caso foi triste: dia 31 de dezembro e nada de comida no 7 Golpes, um restaurante muito bem cotado. Ai, coño!
Onde: 7 Golpes, Saragoça
Preço médio (2 pessoas): 42€
Performance: 15 (de 0 a 69)
Ele: O que estava em cima da mesa era ir a uma das mil festas nas quais somos obrigados a curtir que nem membros dum culto na hora da chegada do cometa só porque um dia acaba e outro começa — e depois ressacar a 1 de Janeiro, data que assinala as 24 horas mais deprimentes do ano: frio, comércio fechado e a cabeça do peso dum camião Tir. Mas então proclamei: olha, e se arrancássemos no dia 30 em direcção à Suíça, onde vive a tua mãe? Sim, a esmagadora maioria dos homens foge a sete pés da sogra, já este escriba é o tipo de marido que conduz 2500 quilómetros na sua direcção.
Ambos sonhamos fazer a Route 66 e este pareceu um bom teste ao sonho. O plano de escalas: primeiro Madrid, a seguir Barcelona (passagem de ano), dia 1 em Saint-Tropez, chegada a Genève. Ora foi precisamente entre as duas maiores cidades espanholas que encontrámos a aprazível Saragoça onde, no frequentadíssimo centro histórico, decidimos almoçar no “7 Golpes”.
Ela: O caminho longo, as noites de Espanha sempre movimentadas. A Chueca estava em altas, foi palco de umas pipocas gourmet, acompanhadas de uma caña na praça principal. E, ainda antes de uma passagem de ano peculiar em Barcelona, onde descobrimos meio milhão de pessoas em silêncio e onde não se faz a típica contagem decrescente (!), criámos tempo para uma última decepção do ano.
Foi em Saragoça que decidimos ir às tapas e, pode dizer-se, num trocadilho meio básico que foi isso que levámos: um grandessíssimo tapa na cara. Pedi batatas bravas, já não temos. Tortilha, lamentamos. Chouriço, era salsicha com água. Então umas lulinhas, pois também já esgotaram. E foi isso que encontrámos num local bem cotado em diversos sites e em plena hora de almoço. No dia 31 de Dezembro o pessoal não tinha nada para comer. Tive a sorte de apanhar um estabelecimento muito conhecido por ali El Mcdioniald, onde consegui comprar um EL CBO. Foi a nossa sorte.
Ménage a Trois
a) a pessoa que amas ao lado, b) um carro que não avarie, c) e 2500 kms de descobertas possíveis no longo caminho até ao destino final.
Orgasmo múltiplo
A beleza do sul de França, atravessar Espanha gastando dinheiro somente no depósito, calcorrear as ruelas da atrevida e madrilena Chueca, 13 kms a pé na magnífica Barcelona (e ficar de boca aberta no deslumbre da Sagrada Família), descobrir Montélimar na Provença, atravessar a fronteira Suíça e respirar de alívio por reencontrar civilização na estrada, as vistas do lago Léman.
Turn off
Franceses na estrada. Portagens dos franceses. Obras dos franceses. Loucos ao volante com bolsos aparentemente sem fundo e um país dir-se-ia que fechado para balanço nas zonas fronteiriças. Ah, e Saint-Tropez. Acham que Saint-Tropez é do camandro? Vão primeiro à Arrábida e depois comparem. Comme ci comme ça, y rien de plus.