Até outubro de 2016 era assim: quem detinha o título de “voo mais longo” do mundo era a Emirates, com a sua rota Auckland–Dubai, percorrendo mais de 14 mil quilómetros sem paragens. No início desse mês, foi anunciado um novo vencedor: a Air India, que, ao fazer modificações na rota de Delhi a São Francisco, ultrapassou os 15 mil quilómetros sem paragens.
Exatamente dois anos depois, em outubro de 2018, a tecnologia da aviação deu um salto enorme. O voo mais longo do mundo passou a ser a ligação Singapura—Nova Iorque: 18 horas e 45 minutos no ar para percorrer os 16,700 quilómetros que separam as duas cidades. No voo inaugural, da companhia aérea Singapore Airlines, a 11 de outubro desse ano, 161 passageiros (dos quais 67 em classe business e os restantes em premium economy) passaram quase 19 horas num avião, sem nenhuma pausa.
Cerca de quatro meses mais tarde, com os voos regulares com esta duração já completamente implementados, sabem-se mais detalhes sobre a ligação e sobretudo sobre o magnífico avião que a faz: o Airbus A350-900ULR.
É que, além de todas as funcionalidades, luxo e conforto, ele tem um design especial que procura reduzir o jet lag que os quase 17 mil quilómetros poderão provocar aos viajantes.
Segundo o site de viagens “Thrillist“, o novo avião Ultra Long Range é o Rolls Royce de aviões comerciais (tem, aliás, um motor Rolls Royce) e foi concebido de modo a que o jet lag passe a ser uma ilusão.
Isto porque o aparelho “utiliza uma nova técnica de pressurização da cabine anti-jet lag, que reduz a altitude sentida de 8000 pés para 6000 pés (ou seja, de 2500 para 1800 quilómetros)”, disse Yung Han Ng, vice-presidente de inovação de produtos da Singapore Airlines, à revista.
“Isso significa mais oxigénio para todos a bordo.” E mais oxigénio é essencial para evitar os sintomas de cansaço e fadiga extrema após longas viagens.
Isto é, garante o “Thrillist”, apenas o começo. O sistema avançado de gestão e purificação do fluxo de ar do avião renova aquilo que se respira na cabine regularmente, ao mesmo tempo que regula a temperatura.
A cada dois minutos há ar novo e fresco, mais como se estivesse num campo ao ar livre do que num avião.
Além disso, em voos de longa distância está provado que o sono ajuda a evitar os efeitos do tempo passado lá dentro e a ajustar os fusos horários.
É, por isso, bastante relevante na prevenção do jet lag que as cabines do Airbus A350-900ULR sejam quatro decibéis mais silenciosas do que a das aeronaves concorrentes. E também ajuda que os lugares sejam extremamente espaçosos e confortáveis.
Na verdade, as viagens de 19 horas entre Singapura e Newark ou São Francisco só podem ser feitas em classe executiva e Economy Plus, que é uma espécie de versão upgrade da comum classe económica.
Isto quer dizer que, mesmo nos lugares mais baratos, o espaço é maior do que o costume e o conforto também. E nos lugares de executiva, os assentos transformam-se em camas e até uns chinelos e cobertor lhe são oferecidos.
Para quem não gosta de dormir num avião, mesmo sentido-se confortável e com espaço, a oferta de entretenimento a bordo é feita com tecnologia de ponta e variadíssima oferta.
Como num voo que dura quase um dia as refeições também importam, a companhia aérea não descurou essa parte: fez uma parceria com a Canyon Ranch, uma marca de bem-estar, para apresentar opções de refeições voltadas para a saúde e projetadas para ajudar o corpo a combater o fuso horário e garantir que se sinta melhor à chegada.
Por tudo isto paga cerca de 1300€ ida e volta, Newark — Sinagapura, conforme testou a NiT para viagens em abril.
Carregue na galeria para conhecer melhor este incrível voo de quase 19 horas.