O Corno de África está a enfrentar um surto de milhões de gafanhotos, um cenário que é resultado das mudanças climáticas extremas. Numa altura em que aquela região estava a recuperar da seca e de inundações mortais, a Organização das Nações Unidas (ONU) fala de uma “ameaça sem precedentes”.
Calcula-se que um dos enxames tenha 2400 quilómetros quadrados — quase duas vezes o tamanho da Grande Lisboa. Portanto, podem ser até 200 mil milhões de gafanhotos, sendo que cada um deles consome o seu peso em comida todos os dias.
Estes insetos aparentemente inofensivos podem causar destruição em massa em grande número, à medida que comem plantações de milho e repolho, por exemplo. Segundo Jens Laerke, que faz parte da ONU, citado pela revista espanhola “Bussiness Insider”, um pequeno enxame pode consumir comida para 35 mil pessoas num só dia.
Se a praga piorar, os especialistas alertam para uma possível escassez de alimentos no Quénia e em outras partes da África, zonas em que a segurança alimentar já é preocupante.
Outro surto destes insetos já obrigou também o governo do Paquistão, no continente asiático, a declarar emergência nacional, após serem destruídas culturas de algodão, milho e trigo.
The Desert Locust outbreak in the Horn of Africa could provoke a humanitarian crisis.
The #locust invasion is the worst in decades to strike Kenya, Ethiopia and Somalia.
🎙️@FAO Keith Cressman provides an update on the locust situation 👉https://t.co/OHY9qDcNAu #ZeroHunger pic.twitter.com/UogmQg1FIW
— FAO (@FAO) January 31, 2020