Se o arquipélago de Fernando de Noronha estivesse no dicionário, a sua definição seria simplesmente: ilhas paradisíacas. As belezas naturais deste distrito do estado de Pernambuco, no nordeste do Brasil, são incomparáveis. Já imaginou estar na praia e e tirar uma selfie ao lado de tartarugas marinhas, tubarões, raias e golfinhos? Sim, eles estão todos a um mergulho de distância
Apesar de ser um destino associado ao ecoturismo, as ilhas ficaram sobretudo famosas por causa das redes sociais. Neymar, Bruna Marquezine e a modelo Izabel Goulart são algumas das celebridades que costumam celebrar a Passagem de Ano por lá. E isso tem-se refletido num boom dos turismo ao longo dos últimos anos.
Fernando de Noronha pode não ser muito grande — são 26 quilómetros quadrados de área total —, mas está cheia de praias lindas e bem longe umas das outras. Por isso, a NiT recomenda que faça o Ilha Tour. O passeio dura oito horas e passa pelas principais praias, piscinas naturais e miradouros com paisagens de sonho. E ainda fazer algumas paragens para dar um mergulho no mar.
Por aqui não é nada fácil andar de um lado para o outro à pé. Se ficar hospedado na Vila dos Remédios, em Floresta Nova ou no Sueste (a praia famosa pelos tubarões que chegam bem perto da areia), pode caminhar até a praia. Mas para ter liberdade total, o ideal é mesmo arrendar um buggy.
É importante reservar o veículo com a maior antecedência possível. A procura é grande e o combustível na ilha é racionado. As empresas Selvagem, Fyber e BRM oferecem este serviço por um preço diário que varia entre 36€ e 72€, consoante a altura do ano.
Um dia perfeito começa às oito da manhã no Porto de Santo António com um passeio de barco. O preço por pessoa fica, em média, por 60€ com almoço incluído. Os golfinhos nadam ao lado do barco durante parte do passeio. Depois do percurso, pode dar um mergulho na Baía do Sancho. A praia já foi eleita a mais bonita do mundo várias vezes. Outra forma de chegar na baía é fazer uma trilha e descer umas escadas no meio das falésias. Depois do almoço, é hora de relaxar nas praias da Conceição, do Cachorro e do Meio — o local ideal para assistir ao pôr do sol da ilha.
Há outras praias cinco estrelas que precisam de entrar na programação das férias. A praia da Baía dos Porcos tem uma formação rochosa que transforma a água do mar em piscinas naturais. Na maré baixa, é um ótimo sítio para se refrescar enquanto tira fotos lindas.
Já a Praia do Leão é uma das mais desertas de Noronha. A extensa faixa de areia é procurada pelas tartarugas durante a desova, entre dezembro e abril. Se tiver sorte, ainda pode acompanhar uma intervenção do projeto local de preservação das tartarugas marinhas — o Projeto Tamar.
Os surfistas também são bem-vindos. A praia da Cacimba do Padre, por exemplo, é perfeita para o surf por causa das altas ondas.
Já a piscina natural do Atalaia funciona como um berçário de peixes e corais. Aqui, o acesso é totalmente controlado e só podem entrar 96 visitantes por dia. Enquanto estiver na água, é proibido usar protetor solar por causa da fragilidade do ambiente marinho.
Os turistas são obrigados a mergulhar com coletes salva-vidas para que flutuem e não pisem nos corais. O agendamento da visita tem de ser feito no Centro de Visitantes do ICMBio (o instituto de conservação biológica local). Cada grupo só pode ficar dentro de água durante 30 minutos.
A história das ilhas Noronha
Além das praias, baías e da natureza espetacular, Noronha reserva muitas surpresas históricas para os turistas. A ocupação de Fernando de Noronha é quase tão antiga quanto a descoberta do Brasil pelos portugueses. Pela localização geográfica, o arquipélago foi uma das primeiras terras localizadas no Novo Mundo.
Em 1503, o navegador italiano Américo Vespúcio descobriu o conjunto de ilhas enquanto participava na segunda expedição às costas brasileiras, liderada por Gonçalo Coelho e financiada pelo fidalgo português Fernão de Loronha. A ilha recebeu este nome em homenagem ao primeiro dono — apesar de ter havido uma pequena confusão durante o registo, como se pode perceber.
Como era uma rota das grandes navegações para a América, o arquipélago foi ocupado por diferentes povos até 1737. Altura em que os portugueses decidiram construir o maior sistema de fortificações do século XVIII no Brasil. Ainda é possível visitar algumas ruínas destes fortes.
Ao longo dos anos, Fernando de Noronha funcionou como prisão política, foi uma base de apoio para os norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial e um Posto de Observação de Mísseis Teleguiados. Em 1988, transformou-se num parque nacional marinho e numa área de proteção ambiental do estado de Pernambuco.
Em 2001, o arquipélago recebeu o título de Património Mundial Natural e a medalha para o paraíso dos mergulhadores. Na ilha, existem 24 pontos para esta prática desportiva com boa visibilidade durante todo o ano. O ponto mais profundo é o da Corveta, que chega aos 62 metros de profundidade.
Se nunca fez mergulho, mas adorava experimentar, pode comprar um curso de iniciação nas ilhas. Este serviço custa em média 140€.
A rede hoteleira de Fernando de Noronha já foi precária, mas hoje em dia tem várias opções que vão desde hotéis de luxo a pousadas familiares. A mais conhecida delas é a Pousada do Zé Maria. Mas não olhe apenas para o preço dos quartos, tenha em consideração a localização. Esta decisão vai influenciar toda a experiência.
As diárias menos caras são entre março e junho, quando a chuva pode atrapalhar os passeios. Por outro lado, a melhor altura para fazer a viagem é entre agosto e outubro, porque a visibilidade do mar fica ainda melhor. Entre dezembro e fevereiro, as ondas atingem a altura perfeita para os surfistas.
Quanto custa a viagem?
Como a maioria dos turistas chegam à ilha de barco ou de avião, cada visitante tem de pagar uma taxa ambiental de 25€ para ter acesso às praias do Parque Nacional Marinho (Sancho, Baía dos Porcos, Sueste, Leão, Atalaia e trilhas agendadas). Este cartão é válido por um período máximo de dez dias.
Também é preciso pagar uma taxa de preservação ambiental. Custa 17€ por dia, mas pode comprar um pacote especial de uma semana por 108€. Os miúdos com menos de 12 anos não precisam de pagar nada.
E ainda falta, claro, a parte da viagem até ao Brasil. Pode apanhar um avião de Lisboa para Recife, no estado de Pernambuco, ou para Natal, no estado do Rio Grande do Norte. Os bilhetes dos voos diretos custam entre 506€ e 755€, ida e volta. Quando estiver numa destas capitais, vai ter apanhar outro voo, das empresas Azul ou Gol, com cerca de uma hora de duração, para aterrar em Fernando de Noronha. Os bilhetes custam em média 170€, ida e volta.
Carregue na galeria para ver algumas fotos deste paraíso brasileiro.