Ana Maria Pinto tinha 32 anos quando decidiu largar o emprego estável na banca e o País, em 2014. A passar pela crise dos 30, sentiu necessidade de sair da zona de conforto e fugir da rotina. Assim, a transmontana, cansada de dez anos a viver em Lisboa, deixou Portugal. Foi para Londres, primeiro, e depois para Bali.
“Fui para Londres, sozinha, com o objetivo de melhorar o inglês, passear, e fazer cursos de curta duração na área do marketing e comunicação. Integrei também um programa de voluntariado. Quis desligar-me um pouco”, conta à NiT.
Ana Pinto recorda a viagem a Bali que fez nesse período: “Decidi ir sozinha até Bali, um mês. Foi dos destinos que consultei mais recomendados para mulheres viajarem sozinhas e, além disso reunia algo que eu gosto muito — artes e ofícios, e muita natureza. Adoro o verde da natureza, adoro o azul do mar, e adoro sol”.
De regresso a Portugal, em 2015, Ana escolheu a aldeia da Cumieira, em Vila Real, para viver com os pais. As viagens continuaram, mas agora por Portugal. “Comecei a compilar muitas fotografias e a juntar alguns parágrafos”, continua.
E assim, em 2017, nesta altura de pausa da sua vida, sem horários e rotinas, criou o blogue “Time Off”, onde conta até hoje as suas experiências. Nos dois anos seguintes, seguiram-se um livro de crónicas e um projeto de caminhadas, com um cunho especial.
Sobre esta atividade de animação turística, explica: “O principal objetivo passa por dar a conhecer Portugal através de atividades leves e animadas. São ações de turismo e animação, em vários municípios, e em diferentes épocas do ano”.
O foco é no entanto para as caminhadas, que obrigatoriamente integram sempre “componentes patrimoniais, culturais, gastronómicas, paisagísticas”.
Aos trilhos, seguem-se almoços-convívio entre os participantes. “Há sempre uma pequena introdução sobre o que vai ser o percurso e sobre a região. Pretende-se que as pessoas se envolvam, que levem memórias e histórias. Há também sempre um almoço-convívio, que está alinhado com o que é típico e tradicional da região. Pode ser confecionado no forno a lenha, pode ser no pote, etc.”.