Pelo País, vários são os estabelecimentos do setor do turismo que se viram obrigados a fechar portas devido ao surto do novo coronavírus. Infelizmente, sem viagens não há turistas e sem turistas não há trabalho. Muitos destes espaços, apesar de fechados ao público, decidiram adaptar-se para ajudar quem mais precisa – aqueles que estão na linha da frente do combate à Covid-19.
Foi precisamente isso que fez o Lisbon Marriott Hotel, que está encerrado nos meses de abril e maio mas decidiu transformar-se num alojamento para receber profissionais de saúde do Hospital de Santa Maria, bem perto do hotel, que precisam de um espaço isolado para descansar, longe da família e sem receios de a poder contaminar.
“Sabemos que neste momento os profissionais de saúde estão a travar uma incansável batalha contra o novo coronavírus, pelo que é um sentimento de solidariedade e contribuição social que orgulhosamente o Lisbon Marriott Hotel disponibiliza 100 quartos aos trabalhadores do Hospital de Santa Maria para que possam descansar e evitar riscos de possível contágio às suas famílias”, disse à NiT Elmar Derkitsch, diretor-geral do Lisbon Marriott Hotel.
Em média, todas as semanas estão a ficar hospedados no Marriott cerca de 12 a 15 profissionais de saúde, com estadias mínimas de uma semana. O hotel disponibiliza um piso inteiro, internet gratuita e um elevador para utilização. É possível ainda deixar o carro no Corporate Park, o parque de estacionamento em frente ao hotel, aberto durante 24 horas.
A entrada no hotel faz-se pela porta principal, com recurso à chave do respetivo quarto. Além disso, diariamente, entre as 8h30 e as 9h30, no hall do piso, são disponibilizadas estações de refrescos e snacks com águas, chás e cafés. Basta recolhê-los e consumi-los no quarto, uma vez que, por questões de segurança, “não é permitida a livre circulação pelas áreas comuns do hotel”.
Os profissionais de saúde têm ainda acesso à loja de conveniência do Marriott, que está aberta 24 horas por dia e tem disponível uma grande variedade de produtos, desde snacks, a bebidas ou produtos de higiene. Também por questões de prevenção do contágio, apenas uma pessoa de cada vez pode entrar na loja para fazer as suas compras.
A limpeza dos quartos é feita pelos próprios profissionais de saúde, que têm disponíveis vários lençóis e toalhas nos armários. Na altura da mudança e troca de toalhas ou roupas de cama, eles devem utilizar sacos selados e deixá-los à entrada dos seus quartos. Depois, basta ligar diretamente para o serviço de recolha.
Como medidas de contingência, o grupo Marriott fechou estabelecimentos, reduziu parte do seu staff e fechou temporariamente pisos ou hotéis inteiros. A Marriott International estima que todos os cortes reduzam os custos em 140 milhões de dólares (cerca de 130 milhões de euros).
“Embora não possamos prever hoje quanto tempo esta crise vai durar e quando o turismo se recuperará, sabemos que passará. Estamos confiantes de que a nossa empresa possui a experiência e recursos necessários para enfrentar esta crise. Dado o impacto significativo do coronavírus até ao momento e a incerteza e fluidez da situação atual, estamos a implementar planos de contingência que têm vindo a ser reajustados, para dar a melhor resposta possível à situação”, explicou o diretor-geral à NiT.
A ajuda do grupo Marriott aos profissionais de saúde está a acontecer em vários outros países onde o grupo tem propriedades e hotéis. Nos Estados Unidos, onde a empresa está sediada, o Mariott comprometeu-se a oferecer estadias no valor de 10 milhões de dólares aos profissionais de saúde que estão na linha da frente do combate à Covid-19. A iniciativa Rooms for Responders providencia alojamento gratuito a estes profissionais de saúde em algumas das áreas mais impactadas pelo vírus no país.
“A nossa maior preocupação é garantir a segurança física e sanitária dos nossos funcionários e clientes, assim como ajudar nos apoios às comunidades onde estamos inseridos através da doação de alojamento aos profissionais de saúde, produtos alimentares não utilizados nas nossas cozinhas, roupas, materiais de limpeza e de desinfeção às autoridades de saúde locais”, explica Elmar Derkitsch.