Em 2011, o presidente russo Medvedev anunciou que nesse outono os relógios iriam atrasar pela última vez. De acordo com as palavras de chefe de estado da Rússia, a mudança de hora prejudicava a vida de muitos cidadãos e aumentava os níveis de stress.
As declarações do presidente vão ao encontro dos resultados de relatórios da Academia de Ciências Médicas Russas, que indicavam que o número de ataques cardíacos aumentava 1,5 vezes durante esse período e as taxas de suicídio subiam cerca de 66%. A Academia defendia ainda que os efeitos da mudança da hora faziam-se sentir nas crianças e nos mais velhos que ficavam mais stressados e com distúrbios no sono, assim como criando problemas nos sistemas imunitário, cardiovascular e metabólico.
“A hora de inverno deteriora não só a saúde mental mas também a economia, já que há mais pessoas a meter baixa por doença e a gastar dinheiro em medicamentos”, disse na altura uma deputada do partido Rússia Unida, Dr. Tatiana Yakovleva.
No resto da Europa, a tradição da mudança da hora continua. Todos os anos, no último domingo de outubro, os relógios atrasam uma hora para voltarem a avançar no início da primavera, no final de março. No entanto, parece que a mudança de hora pode ter os dias contados. A questão da necessidade de adiantar e atrasar os relógios está a ser discutida no Parlamento Europeu, e a Comissão Europeia vai estudar os efeitos da mudança.
A moção foi aprovada com 384 votos a favor e 153 contra na sessão da passada quinta-feira, 8 de fevereiro, em Estrasburgo. Segundo avança o “Diário de Notícias”, a comissária eslovena Violeta Bulc não mostrou grande entusiasmo em relação à ideia, relembrando que pode causar problemas para o mercado único, sobretudo se nem todos os estados aderirem a esta alteração.
A mudança de hora é coordenada pela União Europeia desde 1996 e todos os estados membros adiantam ou atrasam os seus relógios duas vezes por ano. Países como a Rússia, a Turquia e a Islândia já aboliram esta prática.
Este hábito foi adoptado pela primeira vez a 30 de abril de 1916, em plena Primeira Guerra Mundial. O objetivo era minimizar o uso de iluminação artificial, e assim contribuir para economizar combustível para o esforço de guerra. A partir daí, e com exceção de cinco anos específicos nas décadas de 20 e 30 (1922, 1923, 1925, 1930 e 1933), Portugal tem sempre o horário de verão e de inverno.