Não é apenas a Expo 98 que assinala esta terça-feira, 22 de maio, o 20.º aniversário da sua abertura. A Expo deixou saudades em todos os que a visitaram e vai por isso ser celebrada durante nove dias no Parque das Nações, mas deixou também um vasto legado físico e concreto, como os Pavilhões que ficaram e um dos melhores e maiores aquários do mundo, o Oceanário de Lisboa.
No dia em que celebra, também ele, 20 anos sobre a sua abertura, o Oceanário de Lisboa afirma estar voltado para o futuro e assume publicamente o compromisso de, em três anos, ter 95% dos produtos da loja sustentáveis.
Também nesse sentido, o espaço anuncia ter criado o movimento #Seathefuture, para promover a proteção do mundo marinho através do consumo sustentável e da alteração de comportamentos. Neste âmbito, o Oceanário, juntamente com a Fundação Oceano Azul, inaugura esta terça-feira os novos espaços de loja, restaurante e cafetaria. Até o chef Kiko Martins se junta também ao movimento #Seathefuture, com uma ementa com menor impacto ambiental no novo restaurante.
E em breve, todo o Oceanário vai ser alargado na direção do rio, segundo os planos da fundação.
Aquele que começou por ser uma das maiores atrações da Expo’98 mas nasceu sem saber como seria o seu futuro, ultrapassou todas as expetativas nestes 20 anos, disse esta terça-feira, no seu aniversário, João Falcato, diretor executivo.
“Foi um grande sucesso. Fechámos durante 15 dias (depois de a Expo terminar), voltámos a abrir e tivemos logo mais de um milhão de visitantes no primeiro ano. Isso fez com que toda esta área nunca morresse e tornou a Expo em Portugal, do que eu sei, o maior sucesso histórico. Não há nenhuma Expo que tenha tido tanto sucesso no pós-Expo”, explicou à Lusa.
Atualmente, o Oceanário é visitado todos os anos por mais de 1,3 milhão de pessoas, que observam os mais de 26 mil animais, de 500 espécies diferentes.
Segundo lembra João Falcato à agência, citado pelo jornal “DNotícias“, um desses animais é a lontra marinha Maré, filha das lontras mais famosas do país, a Amália e o Eusébio, que nasceu 20 dias antes da inauguração da Expo’98, e que ainda hoje nada de um lado para o outro, de barriga para cima.
Em 1998 o Oceanário tinha oito mil animais e agora esse número mais do que triplicou. O turismo não pára de crescer, e 60 a 70% dos seus visitantes são estrangeiros. Ah, e é considerado pelo site Trip Advisor como o melhor aquário do mundo.
Também à Agência Lusa, mas citado pelo “Eco“, o presidente da Fundação Oceano Azul, José Soares dos Santos, disse no aniversário do espaço que a expansão do edifício vai ser inevitável, para cumprir a tal missão de educar e contribuir para a conservação dos oceanos.
Entre essa opção ou aumentar o preço dos bilhetes, Soares dos Santos prefere o alargamento, e diz que o edifício de apoio ao tanque principal, ambos projetados pelo norte-americano Peter Chermayeff, já tem um desenho próprio para ser expandido, porque é assimétrico.
No lado norte, virado para o Parque das Nações, adianta o responsável, uma das fachadas já foi fechada com paredes de vidro, criando espaço para, já em janeiro de 2019 experimentar uma nova atração: uma instalação com o tema do mar português, “algo nunca antes feito no mundo”. O espaço para crescer está virado para o rio Tejo, mas Soares dos Santos admite que para já, é apenas uma vontade da Fundação, que terá de ser debatida com Governo e Câmara de Lisboa.