Na gravidez, principalmente na primeira vez, todas as dúvidas se colocam, como o que comer, quanto comer e se pode continuar a ir ao ginásio. Entre as dúvidas, estão alguns mitos que precisam de ser esclarecidos.
“Uma nutrição adequada é essencial para um crescimento e desenvolvimento correto, independentemente da idade, sexo ou outras situações especiais, como na gravidez”, explica à NiT Bruna Silva, nutricionista na cadeia de ginásios Holmes Place.
Sabemos que é um momento único, mas é importante vivê-lo sem dúvidas.
É mesmo preciso comer por dois?
Segundo a especialista, o ganho de peso gestacional é um dos fatores fundamentais para um bom desenvolvimento da gravidez e crescimento do bebé. Aliás, uma gravidez saudável deve ter entre 39 a 41 semanas, e o bebé deve nascer com um peso entre os três e quatro quilos.
“O IMC pré-conceção é o principal fator do ganho de peso gestacional e é com base neste parâmetro que se determina qual é o intervalo de ganho de peso recomendado para a grávida. Contudo, as necessidades energéticas aumentadas não são iguais nos três trimestres da gravidez, sendo essencial não descurar o timing de ganho de peso“, conta.
Calma, é simples: no primeiro trimestre, a grávida não deve aumentar a sua ingestão energética, continuando a fazer a sua alimentação normal. Só no segundo trimestre é que deve começar a aumentar a ingestão energética — o aumento deve ser de 300 calorias. No último trimestre, deve passar para as 500 calorias. Por isso, sim, a grávida deve aumentar a sua ingestão energética durante a gravidez. Mas atenção: não deve ser superior às recomendações, de forma a evitar o excesso de peso ganho neste período, que irá acontecer se optar por comer por dois.
Desejos: existem ou não?
Já é uma questão antiga, mas continua sem resposta. É verdade que há várias grávidas que revelam ter desejos durante a gravidez. Mas será que realmente acontecem ou farão parte da parte psicológica? Na verdade, não há qualquer prova científica que confirme. “Deverão surgir devido às alterações hormonais e sensoriais e ao descontrolo das mesmas. Assim, é crucial que a grávida tenha bom senso na satisfação dos seus supostos desejos.”
Pode praticar-se exercício físico durante a gravidez?
A atividade física é sempre uma boa recomendação para quem quer seguir um estilo de vida saudável e as grávidas não são exceção.
De acordo com Bruna Silva, as recomendações, durante a gravidez, vão depender muito da intensidade, duração, tipo e frequência da atividade. Por isso mesmo, antes de começar, deve consultar o seu médico para saber quais são as atividades mais apropriadas ou contraindicações. Por exemplo, situações como hipertensão induzida pela gravidez, pré-eclampsia, rutura precoce das membranas e historial de partos pré-termo podem impedi-lo.
Se não existirem complicações, força, poderá continuar ou iniciar a prática de uma atividade física regular. “A natação, caminhada, corrida aeróbica de baixa intensidade e bicicleta estacionária, durante 30 minutos ou mais, é o mais aconselhado. Deve fazê-lo na maior parte dos dias da semana ou, se possível, em todos.”
Por outro lado, há atividades completamente desaconselhadas como levantar pesos, mergulho, artes marciais, sprinting e qualquer exercício com alto risco de queda, sobretudo, no final da gravidez.
Neste período, também deve ter a preocupação de adequar o consumo energético ao aumento das necessidades nutricionais da gravidez e da atividade física. Ou seja, ingerir bastantes líquidos, antes, durante e depois de treinar.