Numa altura em que a China começava a dar sinais de querer voltar à normalidade, o governo de Pequim decidiu colocar a capital em “estado de guerra”. Em causa estava o aparecimento de novas infeções por Covid-19. Foi, depois, identificado um surto no principal mercado abastecedor da capital chinesa e, a partir daí, a propagação não parou. Porém, tudo pode ter começado mais cedo.
De acordo com o “The Guardian“, esta quinta-feira, 18 de junho, o Centro de Controlo de Doenças chinês anunciou que, em vez de ter disparado em finais de maio ou início de junho, o surto pode ter começado um mês antes – ainda em abril. Porém, não foi detetado imediatamente por causa da quantidade de pessoas assintomáticas.
“Muitos casos assintomáticos ou leves foram detetados neste surto e é por isso que o ambiente tem tanta quantidade de vírus”, explicou Gao Fu, virologista e imunologista chinês, num seminário em Xangai.
O surto “preocupante” poderá mesmo originar uma segunda vaga de coronavírus na China, mesmo depois de o governo ter aumentado o nível de alerta na capital. Por isso mesmo, já foi decretado o segundo nível de emergência, obrigando os comités de bairro a verificar a identidade e o estado de saúde dos residentes e a medir a temperatura à entrada.
Todas as pessoas que representem um risco elevado de transmissão (ou seja, que sejam contactos próximos dos novos infetados) estão impedidas de sair da cidade. Foram até suspensos alguns transportes para o exterior de Pequim. Além disso, as autoridades ordenaram que todos os hotéis e restaurantes em áreas de alto risco voltassem novamente a fechar portas.