Menos potente e menos letal. É desta forma que Alberto Zangrillo, diretor do hospital de San Raffaele, em Milão, descreve a condição atual do novo coronavírus.
“Os testes feitos ao longo dos últimos 10 dias mostram uma carga viral que é, em termos quantitativos, infinitesimal quando comparada com as dos testes feitos há um ou dois meses”, revelou este domingo, 31 de junho, em declarações ao canal italiano RAI.
Relativamente ao surto que matou mais de 33 mil pessoas em Itália, Zangrillo sublinha que “clinicamente, o vírus já não existe” no país. À medida que vão sendo levantadas as medidas de restrição — umas das mais rigorosas do continente —, o médico explica que é necessário “voltar a ser um país normal”, enquanto critica o alarmismo de alguns responsáveis quanto à possível chegada de uma segunda vaga de infeções.
No que diz respeito à força do vírus, o médico Matteo Bassetti, chefe do departamento de doenças infecciosas do hospital San Martino, em Génova, tem a mesma opinião: “A força que o vírus tinha há dois meses não é a mesma que tem agora. Hoje é evidente que a Covid-19 é uma doença diferente”.
Mais cauteloso, o Ministério da Saúde apela à contenção. “Enquanto esperamos provas científicas que sustentem a tese de que o vírus desapareceu, convido que os que dizem ter a certeza neste assunto a não confundirem os italianos. Deveríamos convidar os italianos a manterem a máxima precaução, a manter a distância física, evitar grupos grandes, lavar frequentemente as mãos e usar máscaras”, revelaram em comunicado.