Domingos Bragança, presidente da Câmara de Guimarães, apelou esta sexta-feira, 11 de setembro, ao uso de máscara nas ruas da cidade, pedindo também que o Governo transforme a recomendação numa obrigação a nível nacional. Trata-se de uma medida avançada por diversas regiões afetadas por picos, como tem acontecido em várias localidades espanholas. Perante a possibilidade das autoridades portuguesas de saúde decretarem o uso obrigatório da máscara em qualquer local público, Marta Temido e Graça Freitas revelaram que, para já, não é uma medida que esteja a ser ponderada.
“Queremos ser precoces, mas não queremos tomar medidas desproporcionais e afetar valores que sejam igualmente relevantes”, explicou a ministra da Saúde.
Por sua vez, a diretora-geral da saúde explicou que o uso de máscara em locais públicos pode ser decretado “em situações específicas” no caso de “ajuntamento maior de pessoas”, embora recuse igualmente “a recomendação do uso universal” de máscara.
“Mesmo a utilização de máscaras no exterior precisa de uma ponderação de quando é que isso acontece e em que exterior. No meio do campo onde está uma família de duas, três ou quatro pessoas que vivem na mesma casa e estão a passear, não é preciso máscara. Não é uma questão de ciência, é uma questão de bom-senso”, explica.
Graça Freitas optou também por sublinhar que o uso da máscara é apenas uma de muitas formas de combater a doença e o seu contágio — e que este uso, por si só, “não nos vai impedir de contrair ou transmitir um vírus”. “O contágio é muito fácil e é um feixe de medidas que leva a que ele diminua: menos contactos entre pessoas, menos confraternização”, alerta.
“Quando vamos ver [onde surgem] os surtos, é: família, família, família, social, laboral, família”, explica sobre a incidência das relações familiares no aumento do número de casos. “As famílias têm que entender que se vivem em casas diferentes, em núcleos e bolhas diferentes, quando se juntam estão a juntar mundos diferentes. Basta uma pessoa infetada [para infetar a família].”
A recomendação do uso de máscara na rua, ou sequer a sua obrigatoriedade, não está portanto nos planos. “As máscaras são um método-barreira, mas não são milagrosas, porque se fossem, seriam a única medida que recomendávamos. Fazíamos a nossa vida como sempre fizemos e usávamos sempre máscaras”, conclui.