Quando o tema é alimentação saudável, os novos alimentos são sempre vistos como milagrosos. Porque emagrecem, porque aceleram o metabolismo ou porque juntam vários nutrientes. Assim, acabam por ser imediatamente incluídos na alimentação diária, mesmo sem que se perceba a sua verdadeira origem.
O óleo de coco é um destes supostos superalimentos que, normalmente, substitui o azeite nas saladas e os tradicionais óleos de soja nas refeições quentes. “É uma fonte natural de gordura saturada, rico em triglicerídeos e com uma ação antioxidante e anti-inflamatória bastante eficaz”, começa por explicar Andreia Lima, nutricionista do Holmes Place.
Ou seja, não há dúvidas de que tem vantagens mas, como qualquer outro alimento, quando é consumido em excesso, pode engordar. “No seu estado virgem, o óleo de coco concentra mais de 90 por cento de gordura saturada”, diz à NiT.
No entanto, é visto como “o grande aliado para a perda de peso e como o óleo mais saudável de todos”. Mas será que é mesmo? A nutricionista Andreia Lima responde.
O óleo de coco emagrece?
“Não, até hoje não há provas científicas suficientes que o comprovem”, conta. Na verdade, o único aspeto que distingue este óleo dos restantes é o facto de ser composto por ácidos gordos de cadeia média. Isto é, acelera ainda mais o metabolismo.
E faz mal à saúde?
Para a nutricionista, se for consumido em pequenas quantidades e com moderação, pode trazer benefícios, desde que seja combinado com uma dieta equilibrada. E porquê? Porque deve limitar-se o consumo de gordura saturada.
Esta gordura está relacionada com doenças cardiovasculares e, por isso, deve ter-se muito cuidado. Aliás, o ideal é mesmo substituí-la por gorduras monoinsaturas, como o azeite e o abacate, e polinsaturadas, como o óleo de linhaça e de soja, aumentando o consumo de ómega 3 e 6 — gorduras positivas para o cérebro e para o coração.
É uma opção mais saudável?
“A resposta não é completamente certa”, diz à NiT Andreia Lima. Por exemplo, cada colher de sopa de óleo de coco tem 110 calorias. Isto quer dizer que é bastante mais calórico do que a manteiga ou o azeite.
Contudo, tem propriedades muito importantes para o organismo, como concentrações elevadas de ácido láurico — um componente presente no leite materno e que é responsável pela saúde do sistema imunitário.
E ainda há outro ponto positivo: as propriedades do óleo de coco não são alteradas quando estão em contacto com o calor, como acontece com o óleo de girassol, por exemplo.