Treinar de forma constante cansa, implica muito esforço e, sobretudo, disciplina. E, em conjunto, estes são, provavelmente, os fatores que mais trazem problemas de motivação. Mas há outro elemento que tem um grande potencial para nos fazer desistir dos treinos: carregar o saco de ginásio o dia todo. Soluções: ter um cacifo? Sim, facilita muito a vida. O problema é que não lava a roupa.
“A nossa proposta é acabar com a necessidade de utilizar o saco de ginásio”, explica à NiT Diogo Batista, licenciado em Gestão e Engenharia no ISCTE, a trabalhar na Jerónimo Martins. Em conjunto com José Maria Girão, a tirar um mestrado em Engenharia e Gestão Industrial, e Francisco Machado, estudante no curso de Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico, é um dos membros da No Excuses, uma Start Up que nasce da participação no concurso de empreendorismo BET24, que começou em abril e ainda está a decorrer. Foi neste evento que os três desenvolveram a solução para o problema aborrecido e pouco prático que é o de transportar o equipamento de treino.
Depois de terem passado a primeira fase do concurso, estão agora nos três finalistas, com uma campanha de crowdfunding a decorrer na plataforma da PPL, e foram a primeira equipa a atingir o objetivo de 1000€, em apenas dois dias.
Como é que funciona a No Excuses? É muito simples: no fundo, consiste num serviço de lavandaria exclusivo para sócios de ginásios. Como é que tudo se processa? Os sócios deverão colocar a roupa suja nos NOX Bags, os sacos pessoais criados para cada membro do ginásio. Estes deverão ser sempre colocados nos cacifos próprios da No Excuses para que, depois e todos os dias, possam ser recolhidos. 24 horas depois, estarão de volta ao mesmo local, já com a roupa limpa.
“A roupa nunca se mistura na máquina e é seca dentro do próprio saco”, explica. “Só no final é que a retiramos para que seja dobrada e para que esteja apresentável para o cliente a poder utilizar”. Um pormenor importante para o sucesso deste negócio está relacionado com o tecido pela qual a maioria da roupa de treino é constituída: “São materiais técnicos que não ganham víncos, absorvem pouca água e que não carecem de muito sabão”, explica.
Numa primeira fase, os três amigos têm em vista fazer 300 lavagens por dia, o que implica cerca de 900 sacos. Um outro aspeto em que terão de investir, é numa estrutura de cacifos, que estará sempre separada dos tradicionais, existentes nos balneários dos ginásios. Nos cacifos da No Excuses as pessoas também poderão deixar os outros objetos que não precisam de ser lavados, como, por exemplo, os ténis: “A ideia é a de oferecermos a experiência toda”, diz, numa alusão ao conceito da No Excuses. É também por isto que os ginásios alvo da starup são os premium, que têm sempre serviço de toalhas.
Diogo, José Maria e Francisco já estão a trabalhar uma parceira com um ginásio. Fica em Oeiras, o primeiro local onde querem explorar o negócio: “É uma zona que tem muito potencial, com vários ginásios dentro do target e com pouco trânsito, o que nesta primeira fase é essencial”, explica. “Vamos afinar todo o processo de funcionamento com o primeiro ginásio e depois fazemos escala”, acrescenta.Diogo Batista explica ainda que há a possibilidade de se criarem duas rotas de recolha e entrega. Mas tudo depende do fluxo de clientes.
A campanha de Crowdfunding da No Excuses termina a 15 de junho. Os critérios para determinar o vencedor são o número de apoiantes, dinheiro recolhido e o primeiro grupo a chegar aos 1000€, critério que a No Excuses já cumpriu, uma vez que já conta com 1778€.