Aos 39 anos, Dan Fogler tornou-se conhecido em todo o mundo por interpretar Jacob Kowalski, o muggle cómico que ajuda a aliviar a tensão do spinoff do universo mágico de “Harry Potter”, “Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los”.
Recentemente, o ator americano de 42 anos juntou-se ao elenco de outra grande saga, “The Walking Dead”, série que já vai a meio da nona temporada. A pausa de inverno termina a 11 de fevereiro. Basta ligar a FOX pelas 23h05 para ver o novo episódio.
Na vida real, Dan Fogler é, além de ator, um músico, escritor e artista plástico. Nesta história, interpreta Luke, um professor de música que vai ter um papel cada vez mais relevante no enredo. Vimos a sua primeira cena no final da primeira metade da temporada.
A NiT participou numa entrevista conjunta entre vários órgãos de comunicação social internacionais com o ator para descobrir mais sobre a sua participação em “The Walking Dead”.
Tudo o que sabemos do Luke quando o conhecemos é que foi um professor de música, e ele parece ter uma perspetiva otimista. É simpático para as pessoas e não desconfia delas. Só quer fazer as suas coisinhas. O poder dele é esse otimismo?
Penso que sim, acho que é contagiante. Ele é excêntrico, pergunto-me como é que sobreviveu e penso que seja isso: o otimismo dele. Ele tem boas vibrações e elas atraíram um clã que ficou com ele e o protegeu. E ter esperança pela paz é insano. É uma noção gigante e maluca durante o apocalipse [risos]. Ele representa todas as coisas pelas quais queres viver, como a arte. Sabes, n’“O Clube dos Poetas Mortos“, a personagem de professor do Robin Williams? Acho que ele é assim. São feitos das mesmas coisas. Ele é um professor e tem filosofias próprias sobre a arte e a música. Relembra-nos a todos que esse são o tipo de coisas pelas quais vivemos.
E além de otimista, vamos ver um lado diferente do Luke?
Sim, todas as personagens são postas em jogo. Ele definitivamente mantém o otimismo dele, mas vão vê-lo nalgumas situações traiçoeiras, claro.
Qual tem sido o maior desafio em interpretar o Luke?
O maior desafio foi habituar-me à ideia de que iria ser mordido. Vou ser mordido por bichos. Bichos invisíveis, bichos que consigo ver, como mosquitos, mas vou ser mordido durante as gravações. E habituar-me ao calor. Estava a suar imenso e toda a gente à minha volta também. E depois houve a parte de montar a cavalo, mas estou feliz por a ter feito.
O Luke aparece primeiro na história como parte de um grupo que parece bastante unido. Como foi juntar-se ao elenco desta série que já vai na nona temporada?
Estás a aparecer no meio da história e esperas que todos aceitem isso, que toda a gente se dê bem, que não atiremos tudo para o ar. Correu bem e de forma suave. Estamos nas mãos de argumentistas e realizadores incríveis e, por isso, tivemos um bocadinho de tempo para nos tornarmos uma família. Deram-nos oportunidade para passarmos tempo uns com os outros. E acho que aprender linguagem gestual uniu-nos a todos. Dá-nos uma vantagem: sentíamo-nos como se tivéssemos super poderes no nosso grupo de lutadores. E por isso estávamos ligados de alguma forma telepática. Fico contente que isso tenha passado para o episódio.
Como é juntar-se a “The Walking Dead” nesta altura de mudanças profundas, com a saída do Rick?
Sinto que, em qualquer situação, quando te juntas a um franchise gigante sentes que os motores estão a trabalhar e neste caso estão a tirar a maior personagem da série e esperas que possas aparecer e ajudar a preencher esse vazio. Claro que isso faz com que haja pressão para representares bem. É o mesmo que acontece em “Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los”. Meu Deus, havia tanta pressão naquele primeiro filme para que tudo corresse bem e não houvesse problemas [risos].
Como é estar em duas sagas gigantes ao mesmo tempo?
Eu queria muito isto. Há alguns anos estava em baixo na minha carreira, tinha uma filha e uma segunda filha a caminho, e literalmente desejei às estrelas para que entrasse numa saga destas. Parece que estou num sonho.
Já assistia à série antes de saber que ia entrar em “The Walking Dead”?
Sim, tinha visto alguns episódios de cada temporada. Tenho duas meninas em casa, por isso é muito difícil fazer binge-watch agora [risos]. Mas sinto que, como estava a ler os livros de BD ao mesmo tempo, conseguia apanhar os vários elementos da história entre a série e a BD, e por isso estava bastante bem preparado para entrar.
O que é que faz com que o trabalho do Robert Kirkman seja especial para si? O Dan também escreve histórias de terror em BD.
Penso que ele é mesmo esperto. Tens de ter um grande par de cojones para escreveres cenas. É como se fosse uma peça. Tu lês os livros de banda desenhada e são mesmo de ação. Tens de ter coisas a acontecer de umas quantas em quantas páginas, pelo menos. Ele tem estas cenas longas que se parecem com, de muitas formas, a vida. É como ver um filme: aquilo cria a tensão. Há uma ameaça exterior, está a crescer e sempre que aparece é assustador. E isso é muito difícil de fazer. O trabalho dele impressiona-me. Estou a ler outro livro dele chamado “Die!Die!Die”, que é sobre as fações, e está cheio de ação de uma forma histérica. É todo um outro lado da escrita dele. Ele é mesmo esperto. Recomendo fortemente que leiam os livros dele. E tendo em conta o quão bem “The Walking Dead” está a correr, de certeza que vai haver outros franchises que nasçam do trabalho dele.
“The Walking Dead” é cada vez mais uma série sobre a evolução e a sobrevivência dos mais fortes. Já que o Luke é um professor de música, que música levaria para a Lua, Marte ou para o espaço para demonstrar aquilo que aconteceu à humanidade?
A primeira que me vem à mente é “You Can’t Always Get What You Want”, dos Rolling Stones. Porque combina vários dos elementos clássicos na música: tens o coro angelical no início, começa devagar e depois torna-se rock n’ roll. Merda, esta é uma pergunta difícil [risos].
É um ator, um escultor, um cantor. Também tem talentos que seriam úteis num apocalipse zombie?
[risos] Não. Quer dizer, estou a estudar artes marciais, e podia ser bom para lutar contra os zombies, quem sabe. E sei fazer o pequeno-almoço, posso fazer uma lasanha se for preciso.
Descubra as novas imagens reveladas da segunda metade da nona temporada de “The Walking Dead”.