“A Guerra dos Tronos” andou temporadas a anunciar a chegada do inverno ou, para quem não vê, o equivalente ao acontecimento mais terrível da história. “This Is Us” está a chegar a esse ponto e cada vez vai deixando mais pistas pelo caminho.
“Clooney”, o 12.º episódio da temporada — transmitido esta quinta-feira, 18 de janeiro, na Fox Life — tinha tudo para ser pacífico mas termina com Rebecca e a sensação de que se esqueceu de alguma coisa no centro comercial. Segue-se então a última cena do episódio: um plano aproximado de um detetor de incêndios sem pilhas (a tal coisa que ficou esquecida). Fogo, casa reduzida a cinzas, Jack morto — sim, já lá chegámos todos, obrigadinha.
Sabemos que o fim de Jack está cada vez mais próximo e isso é mais angustiante do que se fossemos apanhados de surpresa. Tentemos esquecer esta constatação durante uns minutos e vamos então rever o que mais aconteceu esta semana.
A Rebecca do presente
Escrevi-o no episódio passado e já o pensava há muito: Rebecca é uma das figuras mais imponentes do passado mas era completamente deixada de parte no presente. Fazia falta ver como era a vida dela agora com Miguel. Já se sabia como cada um dos filhos lidava com a perda do pai mas e ela? Os guionistas de “This Is Us” devem ter pensado o mesmo porque em “Clooney” Kevin muda-se para a casa da mãe e é, de facto, a primeira vez que conseguimos espreitar o dia a dia dela. Agora que se abriu esta caixa, só quero ver mais e mais.
Kevin, versão 2.0
Acabada a reabilitação, Kevin acha que o mais urgente é remediar a relação com a mãe e ela pode dar-lhe o que ele mais precisa neste momento, uma rotina estável. Pequeno detalhe: por lá também está Miguel, uma figura que Kevin nunca aceitou até porque, segundo ele, a mãe “só teve um marido”. Ok, santo Jack era intocável mas até a mim me doeu este comentário.
Missão para a terceira semana de 2018: continuar a adorar Miguel
Pobre Miguel nunca fez nada para ser odiado em todo o mundo mas a verdade é que era, mesmo sem serem necessários grandes motivos. No entanto, quanto mais ele aparece, mais gosto dele. O homem deixa bem claro que quando Jack existia, havia uma fórmula chamada “Jack e Rebecca” e ponto final. Depois passaram uma data de anos e Miguel e Rebecca reencontraram-se numa idade em que querem companhia e apoio mais do que outra coisa qualquer. Onde é que assino para começar o clube de fãs de Miguel?
Uma reconciliação não precisa de muitas palavras
De volta ao passado, Kevin está cheio de pena dele próprio. Tem a perna engessada, nunca mais vai jogar futebol americano e acha que nunca encontrará outro sonho para a vida dele. Pensa também que o pai não percebe o que ele sente e, ironicamente, é Miguel que o corrige. Jack abandonou o sonho de criar a empresa dele, Big Three Homes, para dar estabilidade aos filhos. Nos últimos tempos Kevin observou mais o pai e entendeu muita coisa. Por isso agradece-lhe — Jack acha que é pelo fato que lhe está a comprar mas é bem mais profundo do que isso — e deixa no ar a sugestão de retomar a ideia de Three Big Homes. Ao menos, quando a tragédia acontecer, estes dois estarão de pazes feitas (espero eu, se não tenho um enfarte).
A nova amiguinha de Kate
Kate tinha um ódio de estimação no grupo de apoio. Maddison, magríssima, ia esfregar-se na cara dos outros com excesso de peso e falar dos seus falsos problemas. Era divertido. Agora as duas já se entendem, depois daquele mini acidente de carro, e continua a ser divertido. Maddison leva Kate e ver vestidos de noiva e acaba a comer bolos e a vomitar na casa de banho. Kate percebe finalmente qual é o problema dela. Confronta-a, Maddison foge mas é obrigada a ligar a Kate quando, mais tarde, cai e desmaia na casa de banho. É a ela que Kate conta que chegou a ficar muito magra mesmo antes da morte do pai (mais um indício de que está para breve porque são essas imagens que se vêem no flashback) mas que tinha sempre uma voz a dizer-lhe que não era suficiente. Confidências trocadas, migas forever.
Randall, o sonhador
Depois de encontrar poemas numa caixa que era de William, Randall passa o episódio à procura do “amor”, uma mulher, a que se referem os textos. Então mas William não era gay? O filho diz que ele era bissexual mas isso agora também não interessa. Toda a correria do episódio leva-o a descobrir o que fazer a seguir: comprar o prédio e, com Beth, transformá-lo para quem mais precisa. Já estão a imaginar uma nova versão de Big Three Homes desse lado, certo? Os três manos a realizarem o sonho que Jack nunca conseguiu cumprir. E a choradeira que isto vai ser?