É a grande série do mês de abril na Netflix. “Chambers” estreou esta sexta-feira, dia 26, e a primeira temporada tem dez episódios. Cada capítulo dura cerca de uma hora. Trata-se de uma história de terror com elementos de thriller e drama.
A ação passa-se no estado americano do Arizona — perto de uma reserva de índios nativos. A protagonista é Sasha Yazzie (Sivan Alyra Rose), uma estudante do ensino secundário que vive com o tio, Big Frank Yazzie (Marcus LaVoi). Eles são descendentes da comunidade local de índios.
O enredo começa com Sasha a ter um grave ataque cardíaco no momento em que tenta perder a virgindade com o namorado, TJ (Griffin Powell-Arcand). Resultado? Vai parar ao hospital, onde os médicos explicam que terá de fazer um transplante de coração para sobreviver. A cirurgia acontece com sucesso e Sasha fica com o coração de Becky Lefevre (Lilliya Reid), uma rapariga da mesma idade que morreu nessa mesma noite num acidente.
Contudo, Becky não está tão morta quanto deveria. Aos poucos e poucos, Sasha começa a ter visões com acontecimentos que Becky tinha visto e a lembrar-se de coisas que nunca viveu. O caso torna-se extremo quando a sua pele morena fica mais pálida e o seu cabelo negro começa a crescer loiro.
Consciente de que está a ser amaldiçoada pelo espírito de Becky, Sasha começa a investigar a morte da rapariga. Fica mais e mais envolvida na vida de Becky — ao mesmo tempo está cada vez mais distante da sua.
Os pais de Becky são interpretados por Uma Thurman e Tony Goldwyn. Eles querem fazer parte da vida da rapariga que a sua filha morta salvou. A família Lefevre começa por convidá-la para jantar lá em casa. Mais tarde, oferecem-lhe uma bolsa de estudos na escola privada (e cara) onde Becky era aluna.
Sasha não gosta da nova escola nem dos colegas. Pensa que são miúdos ricos mimados e que têm condições de luxo, incluindo uma sala de meditação para poderem dormir a sesta. Mas com o passar das semanas dá por si a fazer coisas que nunca faria. Está a tornar-se na Becky por causa do novo coração.
Tal como em “Get Out” (“Foge”, na tradução portuguesa) ou “Nós”, ambos filmes de Jordan Peele, nesta série de terror o tema da raça está bastante presente — mesmo que de forma mais subliminar. É como se Sasha estivesse a tornar-se caucasiana por dentro — ela é retratada como sendo vítima de uma opressão racial que, neste caso, é uma assombração.