O espaço e o tempo da nova comédia da Netflix, “Sex Education”, tem deixado vários fãs confusos. Afinal, todo o cenário tem uma aura vintage, mas só é possível que a história se passe no século XXI.
A premissa é esta: Otis Milburn (Asa Butterfield) é o filho de um casal de terapeutas sexuais que entretanto se divorciou. O adolescente ficou a viver com a mãe, Jean (Gillian Anderson, a eterna Scully de “Ficheiros Secretos”) e cresceu a escutar, às escondidas, as consultas com os pacientes lá em casa.
Ter passado a adolescência a ouvir conversas sobre sexo de uma forma crua poderia ter feito com que Otis fosse particularmente desenvolvido, e solto, no que toca à sua sexualidade. A própria mãe faz questão de falar abertamente com o filho sobre o assunto. Mas não é o caso: ele ainda não começou a sua vida sexual.
Ou seja, na teoria, ele é um especialista em sexo, mas na prática é um adolescente reprimido. Jean tem receio de que essa ausência de tabus em relação ao sexo possa ter provocado o efeito contrário.
Tudo muda, porém, quando Otis se deixa encantar por uma rapariga na escola, Maeve (Emma Mackey). A sua perspetiva sobre a sexualidade muda para sempre. Sobretudo depois de ele, Maeve e o amigo gay Eric (Ncuti Gatwa) decidirem abrir uma espécie de consultório de terapia sexual na escola. A ideia é ajudar os colegas a ultrapassarem os seus problemas, sempre sem os julgar, enquanto fazem algum dinheiro. Mas não vai demorar muito até Otis perceber que também ele precisa de terapia.
As roupas das personagens, as cores da série e até alguns temas da banda sonora sugerem que estamos algures entre os anos 80 e 90, mas na história os protagonistas têm smartphones e computadores portáteis (onde até vemos o Google). Logo, tudo só se pode passar na atualidade. Seja como for, a verdade é que isso não é assim tão importante: todos os adolescentes de todas as décadas querem ter sexo. Ou saber como ter sexo.
Além disso, há uma série de referências da cultura pop do final dos anos 90 e início dos anos 2000. No quinto episódio, por exemplo, Eric e Otis mencionam o filme de “Hedwig and the Angry Inch”, que estreou nos cinemas em 2001. Há uma referência aos videojogos de Smash Bros, que saíram em 1999 e foram relançados em 2018. E fala-se bastante de Ed Sheeran, que só nasceu em 1991 e apenas lançou o álbum “A-Team” em 2011.
A outra questão que está a inquietar os fãs — que têm comentado o assunto nas redes sociais — é sobre o espaço. As personagens têm sotaques britânicos (e dizem os especialistas que há pronúncias de várias regiões do Reino Unido) mas aquela parece uma escola secundária tipicamente americana. Por isso, nova pergunta: afinal, onde é que estamos?
is it the 80s? is it modern day? is it an American school? british accents? who bloody knows but it was still a masterpiece #sexeducation
— izz (@izzywilby) January 12, 2019
Is this Sex Education show on Netflix set in an alternative dimension? It’s England but looks like America and it’s 2018 but looks like the 80s 😂
— Just Geo. (@JustGeoUK) January 14, 2019
i’m watching sex education on netflix and it’s like….. american high school humour and setting but english and it doesn’t work at all
— eden (@edenwtrs) January 11, 2019