Sete meses depois, “5 Para a Meia-Noite” está de volta à RTP1. O regresso do talkshow apresentado por Filomena Cautela está marcado para esta quinta-feira, 9 de janeiro, às 22h33. A convidada? Cristina Ferreira, a apresentadora que trocou a TVI pela SIC e que iniciou uma nova era no mundo da televisão em Portugal.
O formato de “5 Para a Meia-Noite” existe há dez anos, embora no início as coisas fossem muito diferentes. “Começou num ninhozinho muito pequenino na RTP2, num horário muito tarde, e depois cresceu e cresceu”, explica Filomena Cautela à NiT, dizendo que ao longo destes meses de pausa sentiram sempre o carinho do público do programa.
“As pessoas têm um carinho muito especial pela marca e por aquilo que este programa traz à televisão, porque tem uma frescura e linguagem que acho que é rara. O que começou a acontecer é que houve muitas pessoas a pedir para que o programa voltasse, com mensagens, e até houve petições. Isso para nós foi muito comovente, porque começámos a perceber que de facto as pessoas tinham muitas saudades do programa, queriam que voltasse. Continuámos sempre a receber sugestões de convidados, mensagens de pessoas que queriam ir assistir ao programa ao vivo, e começámos a pensar que talvez faria sentido voltarmos.”
No entanto, tiveram de preparar o regresso, e queriam ter condições diferentes para produzir o formato — também para que ele conseguisse crescer, sempre mantendo as suas melhores qualidades.
“Para voltarmos teria que ser maior, diferente, mais arriscado. E teríamos que ter mais condições e robustez. Acho que as coisas começaram a alinhar-se, falou-se nessa possibilidade e quando começámos a pensar quando e como é que poderíamos voltar, voltámos a alguns contactos que tínhamos no passado, e percebemos que os próprios convidados também tinham vontade de ir ao programa.”
Filomena Cautela diz que sentiu esse crescimento da marca “5 Para a Meia-Noite” ao longo dos anos e que a tendência tem sempre de ser essa: a de crescer. “Não só em audiências mas mesmo como programa. É isso que vamos tentar fazer agora, crescer ainda mais, para que possa chegar a mais gente.”
E acrescenta: “Acho que esta prova de confiança que tivemos da RTP dá-nos mais vontade de poder fazer coisas que antigamente não podíamos fazer, fosse por meios ou condições. Mas vamos tentar manter o mesmo registo, rasgante, com uma linguagem acessível para que continue a ser um dos programas mais divertidos da televisão. Sempre com a preocupação de levarmos pessoas interessantes, que têm coisas para dizer e para passar, e muitas vezes pessoas que o público não conhece de todo mas que nós achamos que deviam conhecer.”
A apresentadora de televisão explicou ainda a relevância de ter Cristina Ferreira como a primeira convidada da temporada. “Quando começámos a outra série do ‘5’, a Cristina Ferreira era um nome incontornável na atualidade e quando ela mudou para a SIC inevitavelmente era o grande nome, o mais falado. Nós obviamente falámos com ela e tentámos que viesse ao programa, mas era uma altura complexa e a coisa nunca se proporcionou. Acho que aqui os astros alinharam-se e foi muito fixe. O que sinto é que o Daniel [Oliveira] e a Cristina não precisavam nem tinham obrigação nenhuma de participar em programas, por isso esta generosidade que mostraram em virem — no caso do Daniel de a ter deixado vir — é uma prova de grande carinho e generosidade. Nós ficámos muito lisonjeados e queremos que ela saia de lá feliz, divertida connosco, e que possamos ver um lado dela que não conhecemos.”
Filomena Cautela disse que é importante haver uma “cooperação” entre os canais de televisão, “especialmente com o serviço público”. “Trabalhamos todos para a formação da cultura de um País e acho que esta coisa da guerra das audiências é mais externa do que interna, honestamente. Acho que as pessoas tentam fazer guerras entre os diretores e entre isto e aquilo, mas acho que isso não existe, acho que cada um está a tentar fazer o seu trabalho. Se houver cooperação sem grandes merdas acho que é positivo para toda a gente.”
Sobre o rumor de que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, possa ser um dos próximos convidados do programa, a apresentadora não confirmou nem desmentiu a hipótese, mas explicou que seria um convidado que “qualquer programa gostaria de ter”.
“É um homem com uma cultura absolutamente notável e é uma das grandes personalidades deste País. Vamos continuando o nosso trabalho, o presidente tem uma posição de grande responsabilidade, quando as coisas se alinharem e quando houver oportunidade com certeza que vamos tentar que isto aconteça.”
O “5 Para a Meia-Noite” irá manter “tudo o que resultava bem”, mas com “upgrades”. “Mas também queremos novas rubricas, repórteres, novas pessoas que possam participar no programa. Acho que hoje em dia há muitos criadores de conteúdos, e, sendo um canal público, queremos que pessoas com talento possam mostrar o seu trabalho numa plataforma maior.”
O 5 Para a Meia-Noite foi um dos primeiros programas a ter Facebook, Instagram, Twitter e apostar nas redes sociais para tornar o programa mais rico. “Acho que a televisão tem de andar de mãos dadas com as redes sociais e com o YouTube. Acho que faz muito mais sentido o meio digital e o meio televisivo estarem de mãos dadas do que estarem em guerra. Acho que as redes sociais são o futuro, mas a televisão nunca vai ser obsoleta. E acho que a cena mais importante é a proximidade, termos feedback direto das pessoas, e as pessoas sentem que é um programa delas e nós temos essa preocupação.”
Filomena Cautela diz que sente que é uma grande “responsabilidade” fazer este programa “muito especial”, que já teve vários apresentadores e que “está no coração de muita gente”. Daqui a pouco tempo, estará envolvida também no próximo Festival da Canção, o concurso da RTP que define o representante português que vai concorrer na Eurovisão.