A vitória na Eurovisão — a primeira de um português — mudou a vida de Salvador Sobral. O cantor começou a dar mais concertos, a receber cachês mais elevados, a apresentar mais vezes o seu único álbum, “Excuse Me”, mas sempre se manteve um pouco outsider no mundo mediático da indústria da música.
Desde que recuperou do transplante de coração que Salvador Sobral tem dado vários concertos secretos em Lisboa, na Fábrica Braço de Prata, muito ligada ao jazz.
O seu nome não aparece em lado nenhum da programação, a atuação não é anunciada, e acontece sempre às sextas-feiras — mas não todas as semanas —, em concertos dados pelo pianista Júlio Resende, que atua na banda de Salvador Sobral nas suas apresentações oficiais.
Há, por exemplo, disponível online, um excerto de um concerto de 7 de abril — no contrabaixo está Nelson Cascais e na bateria Bruno Pedroso.
Estas atuações são mais de jazz e livres — há improviso vocal, como já vimos Salvador Sobral fazer em tantas outras ocasiões, ou versões de clássicos do jazz americano. Não conte ouvir “Amar pelos Dois”, o tema que venceu a Eurovisão.
Os concertos, que acontecem na Sala Nietzsche da Fábrica Braço de Prata, costumam começar pela meia-noite e duram entre 40 minutos a uma hora.
A próxima atuação que Salvador Sobral irá fazer é precisamente na Eurovisão, na Altice Arena, em Lisboa, este sábado, 12 de maio. E não estará só, vai cantar “Amar pelos Dois” com um dos seus maiores ídolos, o ícone brasileiro Caetano Veloso — que confessou à RTP estar nervoso com a atuação, já que não costuma interpretar esta canção composta por Luísa Sobral.