No início de outubro foi anunciado que o bar de rock Cave 45, na Baixa do Porto, iria fechar portas a 31 de dezembro, três anos depois da inauguração. Era um dos poucos espaços da cidade que recebia todas as semanas bandas e DJ de rock alternativo, além de heavy metal e sonoridades mais pesadas.
Foi por essa altura também que começou a circular uma petição, que teve mais de 1500 assinaturas, que protestava contra os senhorios que preferiam apostar em hostels ou Airbnbs e desalojar espaços destes, menos rentáveis e pensados para os locais.
“Neste momento, o Porto é uma cidade extremamente procurada e, devido a uma má gerência do turismo, cada vez mais pessoas estão a ser desalojadas das próprias casas e dos seus negócios”, lia-se na petição.
A verdade é que, como revelou mais tarde um dos três sócios, Óscar Pinho, o motivo para o encerramento não era apenas esse. O fim do bar também estava relacionado com o facto de as receitas financeiras não chegarem para manter o Cave 45.
Não passou muito tempo até nascer um herdeiro: bem-vindos ao Barracuda, junto da Estação de São Bento. Foi aberto por um dos sócios do Cave 45, Paulo Pereira, que no Porto toda a gente conhece por Rodas. Foi ele o dono do mítico Comix Bar, em Cedofeita, nos anos 90, e também passou por casas bem conhecidas da noite portuense como o antigo Hard Club, o Porto-Rio ou o extinto Armazém do Chá.
A festa de inauguração prolongou-se durante três dias, de 29 a 31 de março. O Barracuda (que também é nome de música dos Heart, lançada em 1977) está aberto todas as quintas, sextas-feiras e sábados, entre as 22h30 e as seis horas da manhã. Na próxima sexta-feira, 13 de abril, por exemplo, há concerto da banda portuguesa de punk rock Grito! e festa pela noite fora com os DJ — ou como Rodas lhes prefere chamar, “alternadores de discos” — Pedro Branco e a dupla Ruidoom & Bitó.