Música
David Gomes: o miúdo de “Uma Canção Para Ti” agora dá concertos com Anselmo Ralph
A sua audição no "The Voice Portugal" é uma das mais vistas de sempre, esteve numa boys band e até participou numa novela.
Tem apenas 21 anos, mas já passou pela televisão, pelo cinema e por vários palcos de norte a sul do País. Falamos de David Gomes, o miúdo que, aos nove anos, venceu a segunda edição do programa da TVI “Uma Canção Para Ti”. Desde então já participou em novelas e até já esteve numa boy band.
Regressou aos programas de televisão em 2016, altura em que participou num casting para o “The Voice Portugal”. Não estava confiante, mas a verdade é que a sua audição é uma das mais vistas de sempre e conta já com 8 milhões de visualizações no YouTube. Anselmo Ralph foi o único que não virou a cadeira, mas é com ele que David partilha o palco desde maio deste ano.
A NiT falou com o cantor e ator sobre o seu percurso ao longo dos últimos dez anos e de como a timidez e o cansaço o afastaram, em certos momentos, da sua carreira mas como rapidamente sentiu saudades de voltar aos palcos.
Como surgiu o gosto pela música?
O meu pai era DJ e a minha mãe cantava muito. Acho que temos um historial de cantores na família. Não que sejam famosos, claro, mas toda a gente gostava de cantar.
Quando é que a música se tornou uma coisa mais séria?
Devia ter uns nove ou dez anos quando comecei a cantar karaoke ao vivo e tudo por causa da Floribella. Quando a novela saiu adorava as músicas. No meu bairro até me chamavam Floribella porque estava sempre a cantar como ela.
E o que é que achavam disso?
Comparavam a minha voz à da Luciana Abreu, cujo trabalho ainda sigo hoje em dia, por isso comecei a cantar em karaokes. Foi nessa altura que a minha tia me começou a inscrever em concursos de canto regionais. Cheguei a ganhar dois, até.
Depois, em 2009, participa em “Uma Canção Para Ti”. Como é que isso aconteceu?
Foi a minha tia Célia, irmã da minha avó, que me inscreveu. Perguntou se queria entrar, mas nem me lembro do que respondi. Não devo ter gostado muito da ideia porque sou muito tímido e estava sempre com vergonha, pelo menos até começar a cantar.
Que oportunidades surgiram depois do programa? Depois saiu, chegou a entrar numa novela.
O programa mostrou-me que queria trabalhar em entretenimento. Participei na novela “Mar de Paixão” e comecei a pensar que, se calhar, também gostava de ser ator.
Depois do “Mar de Paixão” esteve numa banda, os Like Us. Mas esteve parado algum tempo. Porquê?
Foi um período conturbado da minha vida. Estava numa fase em que ia cantando aqui e ali, fazia castings, mas não arranjava um trabalho fixo. O facto de ser adolescente não ajudava e sentia todas as inseguranças possíveis.
Quando é que se deu o ponto de viragem, então?
Foi com a banda, com os Like Us, para a qual fui sem grande vontade. Não queria estar numa boy band.
Mas depois como foi estar na banda?
Foi muito giro porque já conhecia o João e o Daniel do programa e o Francisco gravava uma novela no estúdio ao lado do meu. Pensei logo que íamos dar-nos bem.
Entretanto, chega o “The Voice Portugal”. Porquê escolher este programa e não outro?
Sinceramente, não queria. Estava, mais uma vez, cansado de castings porque me cansei de ser avaliado e julgado. Além disso, estava inseguro porque tive alguns problemas com nódulos na voz e a minha voz mudou, entretanto. Não tinha a certeza se era uma boa ideia.
A sua prova cega teve mais de oito milhões de visualizações no YouTube.
Sim, não estava nada à espera disso. Na altura pensei em três músicas, era essa, uma do Bruno Mars e uma da Amy Winehouse, mas optei por esta. Hoje, quando a canto, sei que é muito melhor do que na prova cega. Ainda hoje, quando revejo esse vídeo penso “que horror, David”
Atualmente, trabalha com o Anselmo Ralph. Estão juntos há quanto tempo?
Eles já começaram a digressão há algum tempo mas eu só entrei em maio. Foi o diretor musical dele que me convidou, mas o Anselmo pode ter sugerido, não sei bem.
E como tem sido trabalhar com o Anselmo?
Não tinha noção da quantidade de fãs portugueses que ele tinha. Não conhecia muito o trabalho dele e fiquei admirado com as músicas e, ao contrário do que as pessoas pensam, o Anselmo não é só kizomba. Ele gosta muito de R&B e esse é um lado dele que não conhecia. Se calhar, se conhecesse este lado dele, tinha-o escolhido no “The Voice”.
Que projetos tem para o futuro?
Quero perceber o que quero fazer a solo. O mercado da música em Portugal não é fácil, muito menos no R&B, um estilo que quero explorar. Tenho estado a falar com produtores para ver o que posso começar a trabalhar e quem pode compor para mim. Pode ser que lance alguma coisa no próximo ano. Seria o momento ideal porque faz dez anos que estive no “Uma Canção Para Ti”.