Numa era de Brexit, o jornal britânico “The Guardian” convidou várias personalidades inglesas a escreverem sobre as suas experiências pessoais na Europa — sobre como outros países do continente foram determinantes para as suas vidas.
Uma das figuras públicas convidadas foi a escritora J.K. Rowling, a autora dos livros de “Harry Potter”, que viveu no Porto durante algum tempo — o que foi essencial para começar a desenvolver este universo mágico na sua mente.
J.K. Rowling explica que tinha 25 anos quando a mãe morreu. Sabia que não queria um emprego comum num escritório e, desorientada pelo luto, decidiu aceitar um dos trabalhos como professora para que tinha sido convidada. Então, foi dar aulas de Inglês para o Porto.
“Foi em Portugal, um país que eu não conhecia, e onde não conseguia dizer uma única palavra da língua”, relembra Rowling no “The Guardian”.
“Ensinar inglês no estrangeiro é uma profissão completamente respeitável, mas ninguém que o tenha feito pode negar que é um trabalho que atrai bastantes outsiders e pessoas a escapar de algo. Eu era ambos. De qualquer forma, apaixonei-me pelo Porto e ainda o amo.”
E acrescentou: “Eu fiquei encantada pelo fado, a música tradicional portuguesa que reflete os próprios portugueses, que de acordo com a minha experiência têm uma calma e uma gentileza únicas entre os povos latinos que já conheci. As espetaculares pontes da cidade, as suas vertiginosas margens do rio, os edifícios antigos, as velhas casas do vinho do Porto, as largas praças: fiquei extasiada com tudo isto”.