Aos 36 anos, Chrissy Metz tornou-se uma estrela de televisão ao interpretar Kate, a única filha dos Pearson (além dos irmãos Randall e Kevin), em “This is Us”. Quando conseguiu o papel, só tinha 77 cêntimos na conta bancária, contou à revista “Glamour”. Agora, já foi nomeada para um Emmy e um Globo de Ouro pela personagem.
A vida nem sempre foi fácil para esta americana nascida em Homestead, na Flórida, que desde cedo teve problemas de peso. E são essas histórias, e a forma como ultrapassou os problemas, que são contadas no livro “This is Me: Loving the Person You Are Today”, que é publicado esta terça-feira, 27 de março, nos EUA. Ainda não chegou às livrarias portuguesas, mas pode ser encomendado através da Amazon. Fica por cerca de 13€.
Apesar de dizer que se identifica bastante com Kate, a realidade é bem mais negra do que a ficção. Chrissy Metz não teve a sorte de ter um pai como Jack (Milo Ventimiglia). Uma das histórias que a atriz conta no livro é que era vítima de violência do padrasto, simplesmente por ter peso a mais.
O pai abandonou a família quando Chrissy Metz tinha oito anos, deixando sozinhos a mãe, Denise, e os dois irmãos (Philip, de 13 anos, e Monica, de 15), e praticamente na pobreza. Denise teve de trabalhar mais e às vezes quase não comia para alimentar os filhos.
Depois de um caso fugaz com um desconhecido que também não ficou para ver o que acontecia, a mãe engravidou outra vez de uma filha, Morgana. Pouco depois a mãe juntou-se àquele que seria o futuro padrasto de Chrissy, a que ela se refere no livro como Trigger.
“Pouco tempo depois, estava grávida outra vez, de outra menina, Abigail”, escreve a atriz no livro, antes de explicar como foi uma vítima durante a adolescência.
“A minha mãe estava sempre no trabalho, por isso ela não via como ele me tratava. O meu corpo parecia ofendê-lo, mas ele não conseguia evitar ficar a olhar, sobretudo quando eu estava a comer. Ele fazia piadas a dizer que ia trancar o frigorífico. Nós tínhamos vivido tanto tempo com falta de comida, que eu sentia que tinha de a comer quando ela existia, antes que desaparecesse. A comida era a minha única felicidade.”
Por não querer ser pressionada pelo padrasto, começou a comer às escondidas. Levantava-se a meio da noite para comer e levava snacks para a casa de banho, como bolachas e batatas fritas. “Coisas que eu pudesse comer o mais rapidamente possível para não ser apanhada.”