Milhões de pessoas vão assistir, em casa, à cerimónia dos Óscares já na madrugada de segunda-feira, 25 de fevereiro. Mas a grande maioria, apesar de vibrar intensamente com a atribuição dos prémios, não sabe como é que os vencedores são escolhidos.
Este ano, os Óscares voltam a acontecer no Teatro Dolby, em Los Angeles, nos EUA — e não existe um apresentador. Como sempre, há uma grande expetativa para se perceber quem irá vencer na categoria de Melhor Filme: que tanto pode ir para “A Favorita” como para “Roma”, passando por “BlacKkKansman: O Infiltrado” ou “Vice”.
Em Portugal, pode acompanhar a emissão dos Óscares em direto no canal Fox. Nesta edição destacam-se as atuações musicais dos Queen com Adam Lambert, a propósito das nomeações para “Bohemian Rhapsody”; e de Lady Gaga e Bradley Cooper, que irão interpretar “Shallow”, da banda sonora de “Assim Nasce uma Estrela”, tema que está nomeado para Melhor Canção Original.
Atualmente, são 7902 os membros da Academia que votam para atribuir as estatuetas douradas de 24 quilates aos atores, realizadores ou produtores que forem premiados. Todos os votos tiveram de ser feitos até terça-feira, 19 de fevereiro.
A Academia dos Óscares está dividida em 17 ramos — atores, realizadores, designers de produção, argumentistas, produtores, entre outros — e os membros têm de estar no ativo ou terão de ser nomes bastante conceituados na indústria do cinema.
Todos os que quiserem candidatar-se para se tornarem membros da Academia têm de ser recomendados pelo menos por dois elementos que já façam parte da organização e do seu ramo específico. Contudo, os nomeados e vencedores dos Óscares são automaticamente considerados e não precisam de ser recomendados.
Todos os anos, um órgão supremo dentro da Academia — o Academy’s Board of Governors — revê dezenas de candidaturas para decidir quem se qualifica para entrar no grupo. Desde 2016 que existem umas espécies de mandatos de dez anos, que podem ser renováveis mas que servem para evitar que haja membros da Academia que não estejam no ativo.
Por princípio, a Academia de Hollywood não revela quem são os seus membros. Em 2015 estalou a polémica com o movimento #OscarsSoWhite, pela falta de afro-americanos nomeados na cerimónia daquele ano, e a organização prometeu duplicar o número de mulheres e de representantes de minorias até 2020. Convidou centenas de personalidades. Atualmente, cerca de 31% dos membros serão mulheres e 16% afro-americanos.
São valores bastante diferentes dos que existiam até aqui. De acordo com um estudo conduzido pelo jornal “Los Angeles Times” em 2014, 76% dos membros eram homens e 94% eram caucasianos. A média de idades rondava os 63 anos.
Como é que os membros da Academia escolhem os nomeados para os Óscares?
Para as nomeações, cada membro da Academia só pode votar dentro do próprio ramo. Ou seja, só os atores é que podem eleger outros atores, só os realizadores é que podem votar na categoria de Melhor Realizador. E todos os membros votam para criarem, em conjunto, a shortlist para o prémio de Melhor Filme.
Como é que os vencedores são escolhidos?
Ao contrário das nomeações, nesta fase todos os elementos da Academia votam para todas as categorias dos Óscares — mesmo que não seja obrigatório escolher uma opção em todas. Aliás, a Academia recomenda que os membros só votem nas categorias em que tenham conhecimento para tal.
Em 23 das 24 categorias, a pessoa ou o filme com mais votos é considerado vencedor. Há uma exceção para o prémio mais importante, o de Melhor Filme, que só é entregue no final da cerimónia. Existe uma votação de sistema preferencial: ou seja, os membros fazem uma lista dos filmes ordenada do melhor para o pior, daquele que pensam que deve vencer para o que deveria estar em último no ranking. O resultado de todas estas votações culmina na eleição do filme do ano.
Antes da 91.ª cerimónia dos Óscares, recorde quem está nomeado para cada prémio.