Cinema
Estes são os grandes concorrentes de “A Herdade” na corrida aos Óscares
O filme português mais elogiado do ano nos festivais de cinema estreou a 19 de setembro.
O filme estreia esta quinta-feira, 19 de setembro.
Se “Variações”, a produção biográfica sobre António Variações, já marcou 2019 ao tornar-se o filme português mais visto do ano em poucos dias, o outro projeto nacional em grande destaque é “A Herdade”.
Estreou a 19 de setembro e foi realizado por Tiago Guedes e produzido por Paulo Branco. O argumento foi dividido entre o realizador, o escritor Rui Cardoso Martins e o guionista francês Gilles Taurand.
A história passa-se na segunda metade do século XX, ao longo de várias décadas, e acompanha uma família de proprietários de uma das maiores herdades da Europa, que fica a sul do Tejo.
Albano Jerónimo interpreta o protagonista, João Fernandes — o chefe da família. O elenco tem ainda Sandra Faleiro, Miguel Borges, Ana Vilela da Costa, João Vicente, Victoria Guerra, Ana Bustorff, Beatriz Brás ou Diogo Dória.
As filmagens duraram entre oito a nove semanas e terminaram em agosto do ano passado. Foram “intensas e feitas em pouco tempo”, como o realizador Tiago Guedes descreveu em entrevista à NiT em julho, sendo que o tema é bastante pesado.
As imagens foram gravadas entre a Herdade do Rio Frio, nos concelhos de Alcochete e Palmela, e a Herdade da Barroca d’Alva, também em Alcochete.
A história começou por ser inspirada nos donos dessas propriedades, mas esse foi apenas o ponto de partida para criar uma narrativa completamente fictícia. “Fomo-nos afastando muito da biopic e dessa verdade de fundo que pudesse existir”, explicou Tiago Guedes.
“A Herdade” tem feito uma jornada impressionante nos festivais de cinema internacionais. Foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Canadá; e esteve nomeado para Leão de Ouro no igualmente prestigiante Festival Internacional de Cinema de Veneza, em Itália. São feitos raros para uma produção nacional.
Em Veneza, Tiago Guedes foi distinguido com o prémio Bisato d’Oro para Melhor Realização do júri da crítica independente.
A 11 de setembro, a Academia Portuguesa de Cinema anunciou que “A Herdade” era oficialmente o representante português na corrida aos Óscares para a categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
A próxima edição dos Óscares acontece três semanas mais cedo do que o habitual. A cerimónia está marcada o Dolby Theatre, em Los Angeles, para 9 de fevereiro de 2020.
Ainda estamos longe de saber quem estará nomeado para o prémio da Academia de Hollywood — mas existem alguns projetos que já se posicionam favoritos e que serão os grandes concorrentes de “A Herdade”. Saiba mais sobre eles.
Joon-ho Bong, realizador que ficou conhecido pelo filme “Okja”, está a fazer história pelo cinema da Coreia do Sul. Em maio, venceu a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, em França. É a primeira que um sul-coreano recebe este prémio.
O filme recebeu ótimas críticas e tornou-se inevitável que fosse a produção escolhida para representar a Coreia do Sul — país asiático que nunca teve direito a uma nomeação para Melhor Filme Estrangeiro nos Óscares. É quase certo que isso irá mudar na próxima edição.
A imprensa especializada até diz que é possível que “Parasite” possa estar nomeado para mais categorias, como conseguiram no ano passado “Cold War”, o filme do polaco Pawel Pawlikowski; e sobretudo o mexicano “Roma”, de Alfonso Cuáron.
Esta é uma história sobre desigualdades sociais embrulhada num drama familiar. Todos os membros da família estão desempregados e o enredo passa-se numa zona rica e charmosa onde vai acontecer um incidente que irá mudar tudo.
Um filme que também tem sido bastante elogiado é “Dor e Glória”, a mais recente história do espanhol Pedro Almodóvar, que é muito autobiográfica. Antonio Banderas venceu o prémio de Melhor Ator em Cannes ao interpretar um realizador de cinema de autor numa fase avançada da carreira — que é, lá está, inspirado em Almodóvar.
Como Banderas também nunca foi nomeado para um Óscar, aqui tem uma bela chance, e é um motivo extra para “Dor e Glória” ser um concorrente forte à categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Penélope Cruz também entra nesta produção.
Foi um dos destaques do Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, e tem como protagonista Carice van Houten, que se tornou famosa em todo o mundo por interpretar Melisandre em “A Guerra dos Tronos”.
Neste filme holandês, a atriz interpreta Nicoline, uma psicóloga que começa um caso amoroso com um violador condenado, Idris. Ele é seu paciente e é recluso numa prisão (além de ser interpretado por Marwan Kenzari, que tem o papel de Jafar no novo “Aladdin”).