Estamos em novembro de 2019 e Los Angeles, nos EUA, está num estado deplorável e decadente. A população está a diminuir e os humanos enfrentam a perigosa ameaça dos robôs biológicos que se estão a revoltar.
Em 1982, era assim que Ridley Scott imaginava que o mundo poderia ser em novembro de 2019, quando realizou “Blade Runner”, que hoje é um clássico da ficção científica. 37 anos depois da estreia, eis algumas coisas que o filme previu — e outras em que falhou completamente.
Os robôs são muito mais inteligentes no filme
A história acompanha Rick Deckard (Harrison Ford), cujo trabalho como “blade runner” é capturar e matar robôs biológicos que se estão a revoltar contra a humanidade. Alguns deles são descritos como “virtualmente idênticos aos humanos” e com uma inteligência igual.
A verdade é que os robôs mecânicos de hoje em dia não se parecem com Zhora, Pris, Roy ou Leon. Mesmo aqueles que se parecem, como Sophia — a robô que tem tido grande destaque em Portugal na Web Summit —, não tem obviamente as mesmas capacidades que os andróides de “Blade Runner”. O mais provável é ela manter uma conversa simples com piadas programadas.
O planeta está a mudar — mas não tanto
Os efeitos das alterações climáticas são evidentes na atualidade — mas não se comparam ao mundo de “Blade Runner”, em que Los Angeles é apresentada como tendo sido completamente danificada pela poluição industrial, o que forçou muitas pessoas a abandonarem a zona (que, por si só, estava bastante sobrelotada).
Já estamos um passo à frente em relação à fotografia
As fotografias são bastante relevantes para a história do filme — tanto servem como provas como são uma forma de Rachel convencer-se a si própria de que é humana. As imagens que são usadas são fotos capturadas por uma máquina Polaroid — só que, apesar de elas existirem na atualidade (até mais como uma tendência revivalista), existe, como sabemos, toda uma geração que cresceu com o Instagram e os smartphones com câmaras fotográficas de alta qualidade, que não aparecem em “Blade Runner”.
No entanto, a máquina Esper, que Deckard usa para procurar pistas ao fazer zoom em pormenores de diferentes fotografias, permanece à frente do seu tempo — ainda não foi possível desenvolver uma tecnologia deste género.
Os carros voadores ainda não são usados
Apesar de ser uma tecnologia que tem vindo a ser desenvolvida — com grandes progressos por parte de várias empresas —, ainda estamos longe de os carros voadores serem algo normal e usados pela maior parte das pessoas. Ainda por cima, os carros em “Blade Runner” estão cheios de equipamento tecnológico — quase como se fossem cockpits de avião.
Os secadores de cabelo ainda não são supersónicos
Numa cena de “Blade Runner”, Zhora seca o cabelo naquilo que parece um aquário virado ao contrário — é um secador supersónicos que seca o cabelo em poucos segundos. Mesmo que hoje existam secadores com tecnologias mais avançadas do que nos anos 80, não conseguem ser tão rápidos como estes do filme.
Chamadas de vídeo são completamente normais
Na história de “Blade Runner” há videochamadas — mas este é um dos casos em que a realidade superou a ficção. Hoje em dia, as chamadas de vídeo são completamente banais — há mais de 15 anos que as podemos fazer através do Skype, além de serem possíveis através do Facebook, Whatsapp, ou FaceTime, entre tantas outras plataformas.
As casas estão realmente a tornar-se mais inteligentes
Há muitos assistentes virtuais durante a história de “Blade Runner”. Quando Deckard chega a casa, tem de ser identificado por voz quando entra no elevador. No mundo real, vários sistemas operativos têm reconhecimento por voz — e já é algo bastante comum no nosso dia a dia.
Além disso, Deckard usa um cartão para abrir a porta de casa. Na atualidade estes sistemas são mais usados nos hotéis mas, de qualquer forma, são uma realidade.
Ainda se usam detetores de mentiras
Os detetores de mentiras já são máquinas antigas — o primeiro foi criado em 1921 —, mas continuavam a existir no mundo distópico de “Blade Runner”. Confirma-se: na atualidade continuam a ser usados detetores de mentiras, mesmo que a sua fiabilidade seja questionável. Em muitos países os seus resultados não podem ser considerados provas em tribunal.