“Ninguém nos avisou. Quando metade dos trabalhadores estavam fora da fábrica e a outra metade ainda lá dentro, a preparar-se para sair, foi afixado um aviso e anunciado que íamos ser dispensados”, revelou um dos trabalhadores da Euro Clothing Company, citado pelo “The Independent”. Cerca de 1.200 trabalhadores ficaram sem emprego.
Dois dias depois do aviso, não só regressaram a casa como ficaram a saber que receberiam apenas metade dos salários que lhes eram devidos. “A dispensa deve-se à redução e cancelamento de encomendas dos nossos clientes devido à pandemia”, explica a empresa dona da fábrica. Um desses clientes é a H&M, a marca de moda sueca que tem mais de cinco mil lojas em todo o mundo.
Garment workers at H&M supplier factory Euro Clothing in Bangalore, India protest the factory closing after H&M cancelled orders and refused to pay for work done. pic.twitter.com/aqJmTnUsu8
— jeffhermanson (@jeffhermanson) June 22, 2020
Perante as crescentes críticas nas redes sociais, motivadas pelas imagens dos protestos que foram chegando da Índia, a companhia decidiu justificar-se. Primeiro, nas redes sociais, onde explicou que “uma quebra na procura devido à Covid-19” tem impacto nos fornecedores, mas que iriam “fazer encomendas” e que cumpririam as suas “práticas de compra responsáveis”. “Estamos em diálogo com o fornecedor e com os sindicatos para tentar resolver o conflito de forma pacífica”.
A marca enviou também um comunicado ao “The Independent”, onde esclarece que estão cientes “da situação de vulnerabilidade extrema” dos trabalhadores destes fornecedores e que as encomendas estão “em níveis semelhantes aos do mesmo período do ano anterior”.