Patrícia Gonçalves tem 27 anos, é de Lisboa e teve um percurso ligeiramente atípico até chegar à criação da Ramos Cerâmica, uma marca lançada no dia 15 de julho com jarras de cerâmica feitas por si. É licenciada em Ciências da Nutrição, tirou outro curso de Styling e Consultoria de Imagem, e só depois descobriu a sua paixão.
“Há uns anos inscrevi-me numa aula de cerâmica. Adorei e decidi que era algo em que queria apostar a sério, então fui para as Caldas da Rainha, para o Cencal, onde tirei um curso de Cerâmica Criativa”, conta à NiT a recém formada e empreendedora. Foi em plena quarentena que começou a montar o seu atelier e deu início à produção das peças. O nome da marca foi fácil de escolher — é uma homenagem ao seu avô.
“Escolhi o nome Ramos com imensa facilidade. Ramos era o sobrenome do meu avô materno. O meu avô foi a pessoa mais trabalhadora, dedicada, apaixonada pelo trabalho e fiel aos seus princípios que conheci. Quando comecei a marca durante a quarentena, meio assustada e com dúvidas em relação ao futuro, tentei projetar todas estas qualidades maravilhosas que ele tinha. Quando há uns anos nos deixou, eu estava numa fase de muita incerteza relativamente à minha vida profissional. Esta foi a minha forma de homenageá-lo e de lhe mostrar que encontrei o meu rumo e que estou finalmente a trabalhar em algo que me apaixona.”
A ceramista confessa-se ainda apaixonada por este tipo de plantas: “Gosto especialmente de flores secas porque têm aquela qualidade despretensiosa que eu tanto adoro e não dão trabalho nenhum. Estão sempre bonitas e acho poética a ideia de estarmos a utilizar algo que na teoria morreu mas que conserva a sua beleza. Para mim, as flores secas embelezam qualquer objeto. E fiz todas as peças a pensar nelas.”
A loja online da Ramos Cerâmica está dividida em duas coleções: a Jarras e a Prequela. A segunda reúne as maquetes que Gonçalves foi fazendo até chegar às peças finais. “É uma estratégia que me permite ter uma marca mais sustentável, sem desperdícios. Todos os modelos desta coleção têm pouquíssimas unidades, uma vez que se tratavam de testes.”
Também as jarras têm uma quantidade limitada. “O objetivo é abraçar o slow craft e oferecer alguma exclusividade a quem compra na Ramos Cerâmica, uma vez que desta forma, dificilmente se cruzará com uma peça igual à que têm em casa”, esclarece a artista que trabalha sem moldes ou roda de oleiro.
As peças não têm vidrado colorido e mantiveram-se na cor e textura originais do barro. Nas coleções encontra tons neutros, barro e vime, formas orgânicas, toscas e imperfeitas. As encomendas vêm ainda com um raminho de flores secas — que estão super na moda.
A criadora destaca o modelo Menina e Moça por ser o que há mais tempo morava na sua cabeça antes de começar a produção. Porém, a sua peça favorita é A Jarra Bojuda. Por enquanto, as peças, que vão dos 30€ aos 65€, podem ser compradas na loja online. As encomendas são feitas por correio registado via CTT, com portes que normalmente variam entre os 4€ e os 7€.
De seguida, carregue na galeria para conhecer os modelos da Ramos Cerâmica.