A refeição na nova barra japonesa do Praia no Parque, o restaurante do Parque Eduardo VII, em Lisboa, não começa com uma peça de sushi. Ainda antes de pegar nos pauzinhos, recebe uma toalha aquecida, o chamado oshibori — que é um gesto de boas-vindas feito pelo sushiman Lucas Azevedo, o responsável pelo menu. “No verão serão frias, no verão serão quentes”, explica à NiT.
É para passar pelas mãos e pela cara, tudo para se preparar para a experiência do que virá a seguir. Este balcão logo à entrada do Praia no Parque era usado mais para cocktails e pequenos snacks. Desde o início de fevereiro, que Lucas Azevedo — que já passou por espaços como o Bonsai e Sakemico — se apoderou daquele espaço. Trouxe facas, peixe, arroz e muita mestria. Ao seu lado está Celso Szczerba, que o acompanha na preparação dos vários pratos.
A barra de sushi apenas funciona entre o meio-dia e as 18 horas, de terça-feira a sábado. Só há lugar para 12 pessoas neste balcão, por isso, a reserva é quase obrigatória tal tem sido a afluência nos últimos dias.
Depois do oshibori, a tal toalha, recebe um amuse bouche. Muda todos os dias e serve para aproveitar alguns dos excedentes do dia anterior, como algas e peixe que não foram completamente usados. Ainda antes dos pauzinhos, Lucas Azevedo recomenda que comece por umas ostras da Ria Formosa (7€, três unidades). São servidas com rabano marinado e molho ponzu.
A experiência na barra permite que veja tudo o que está a ser preparado. A experiência arranca com a caixa de peixe, que Lucas lhe apresenta e onde estão todas as variedades disponíveis no dia. Quando a NiT visitou o espaço havia atum, barriga de atum, carabineiro, robalo, carapau ou lírio. Nem todos são frescos, como na maioria dos restaurantes de sushi. Aqui fazem-se maturações e curas para que as peças ganhem outros sabores.
O menu Cru & Sushi junta várias opções. É só olhar para a carta e dizer o que quer. Segundos depois está ser preparado à sua frente. É o caso dos niguris (15€), que já vêm temperados e são aconselhados para comer à mão. “São sempre 32 os bagos de arroz”, conta o chef. “É um arroz especial. cada peça tem 11 gramas e está a uma temperatura de 36ºC.”
Há ainda o sashimi toro (22€); o hosomaki maguro (15€) ou o temaki toro (15€). Não chega num cone, como é normal ver noutros espaços. É aberto e para agarrar como quiser. Lá dentro tem o arroz, o peixe e os temperos. No balcão vê ainda uma taça com dois pedaços de carvão japonês, o binchotan. São usados para brasear algumas das peças. É aquecido antes da abertura e dura quatro horas, sem deitar qualquer fumo. E também não estranhe a ausência do típico wasabi. Aqui é usada uma versão fresca e apenas em algumas peças, já que é uma variedade cara.
Para acompanhar a refeição, pode experimentar uma das duas variedades de saké, servidas em copo de vinho. Nesta barra estão ainda disponíveis algumas saladas e tapas, como o guacamole (10€) ou os croquetes de bochecha de porco (12€). As sobremesas são as que fazem parte do menu normal do Praia no Parque.