Os responsáveis pelos estabelecimentos no Parque das Nações estão a considerar o encerramento porque a realização contínua de eventos condiciona o funcionamento dos restaurantes. Queixam-se dos acessos fechados e da falta de comunicação por parte da Câmara Municipal.
Em declarações à Lusa, citadas pelo “Expresso“, um dos proprietários de um estabelecimento nas imediações afirmou que só este ano já esteve três meses com acessos condicionados ou fechados.
“Se somarmos todos os eventos, incluindo o tempo de montagens e desmontagens, no total, só este ano são 90 dias, três meses, em que os acessos aos nossos restaurantes estão fechados. Só durante a Eurovisão foram 50 dias consecutivos“, revelou.
Há ainda quem tenha de recorrer a empréstimos para conseguir pagar ordenados. É o caso da responsável de um restaurante, com 13 anos, localizado perto da Altice Arena. “Junho, julho e agosto são o pico da procura. Tive que ir buscar dinheiro ao banco em abril para pagar os ordenados, tenho que o pagar agora em julho, agosto e setembro. Onde é que vou compensar? Isto é grave. Tenho de ponderar seriamente o que fazer porque o desgaste é muito grande”, declarou.
Há estabelecimentos a cancelar reservas porque os clientes não conseguem chegar ao local. Os proprietários denunciam ainda a alteração de planos sem aviso prévio. “Tivemos uma reunião, na sexta-feira, com um dos responsáveis, que nos disse que ia reunir com a polícia para fazer alterações ao perímetro e posteriormente nos contactariam para que pudéssemos chegar a um acordo. No dia seguinte (sábado), alteraram o perímetro, colocaram os nossos restaurantes fora do perímetro e nada nos foi comunicado sequer”, afirmou a proprietária de um restaurante.
De acordo com os gerentes, a Câmara de Lisboa não notifica os proprietários quando faz limitações ou perímetros de segurança. “Há um festival de música ainda este mês e ainda ninguém me disse quando será. Chegam num dia e fecham”, afirmou o responsável de dois restaurantes asiáticos à Lusa.