A Avenida General Roçadas, na Penha de França, é agora o spot mais in de tapas em Lisboa, ao melhor estilo do que se faz em Madrid. A razão? O Batata Patata, um projeto de amigos, para amigos.
O Batata Patata foi um de muitos espaços cujos planos foram alterados pela pandemia. Entre atrasos e peripécias, e depois de uma primeira abertura a 18 de maio, o bar de tapas está desde 20 de junho a funcionar a 100 por cento.
O projeto partiu de um grupo de amigos: Maria Rainha, Diogo Cruz, Pedro Neira e Miguel López. A Maria, o Pedro e o Diogo são portugueses e já contam com experiência na restauração. Mas faltava o toque espanhol para este projeto e isso coube a Miguel López.
Foi precisamente entre tapas em Madrid que o grupo de amigos percebeu que havia potencial para algo assim na capital portuguesa. Miguel, psicólogo de formação, vivia em Portugal já há sete anos. Foi investigador do ISCTE até ao final de 2019, conta à NiT. Podia ter “renovado a bolsa de investigação” mas o gosto pela gastronomia, que há muito lá estava, falou mais alto. Além do mais — confessa com o cuidado de quem conhece a própria personalidade —, é o tipo de pessoa que se aborrece menos com outras pessoas. O Batata Patata está a provar ser a razão certa para ter mudado de vida.
Neste primeiro mês a funcionar, o espaço já cativou portugueses, inclusive num bairro com um certo “espírito bairrista, habituados ao ambiente de tasca” tradicional, como conta Miguel. E tem cativado também um grupo que serve de atestado à credibilidade do espaço: espanhóis a viver em Portugal. Quem melhor para nos falar de tapas?
Nesta altura o espaço está aberto todos os dias (exceto ao domingo) entre as 14h e as 20h. Mas quando a pandemia o permitir, o bar vai alargar o horário. Por enquanto, e como o tempo é de verão, o Batata Patata aposta em usar apenas o espaço de esplanada, com 22 lugares. Em breve deverá haver lugares no interior, tudo dependerá (sim, adivinhou bem) da pandemia.
Ao sentar-se no Batata Patata a sua primeira e única preocupação deve ser escolher bem a bebida. A imperial (1,80€) é Estrella Damm, tem Kalimotxo (3€ ou 10€, dependendo da quantidade) — “um best-seller”, nota Miguel —, e muitas opções, da cidra asturiana ao moscatel (2,50€). Já os petiscos são escolha da casa, embora naturalmente sejam selecionados em função de cada cliente. O que quer dizer que cada cliente pode esperar uma experiência verdadeiramente pessoal.
O pequeno acréscimo no preço das bebidas em relação a outros espaços tem assim essa compensação imediata: não só a bebida nunca vem só como há um elemento de acaso à mistura. Croquetes à espanhola, salada, pintxos ou batatas de mil e uma maneiras estão entre as opções que lhe poderão chegar à mesa. Entre copos, conversas e as inevitáveis tapas, é fácil de imaginar porque é que este espaço de amigos o é também para os clientes.
Nesta altura, há happy hour para aproveitar, todos os dias, entre as 14h e as 18h.