“Isto vai ser uma carpintaria”, assim brincavam os responsáveis pela Wine Room quando lhes perguntavam o que iria surgir naquele espaço da Ajuda, em Lisboa. De facto, durante alguns meses, o cenário em tudo se assemelhava a uma carpintaria. Os três sócios fizeram várias viagens de carro a Algueirão para trazerem centenas de caixas de vinhos. As mais de 600 unidades foram desmontadas e trabalhadas para forrarem paredes e balcões da nova sala de vinhos da cidade — abriu no início de janeiro.
“Com o que sobrou usámos para apresentar o menu”, explica à NiT Cristina Cabrita. É uma das três sócias do Wine Room. O projeto começou com João Freire e não foi logo com um conceito ligado ao vinho. “Como há vários espaços de alojamento local aqui na zona, pensámos ter um espaço que servisse como se fosse uma recepção.”
Rapidamente mudaram de ideias e como eram poucos os negócios na zona preferiram a criação de um espaço dedicado ao vinho. Para isso precisavam de alguém que percebesse do tema, já que Cristina estava mais ligada à arquitetura e João à banca. É aqui que entra a sommelier Carla Reis. Trabalhou em adegas, enoturismos, bares e restaurantes de Lisboa.
É a responsável por toda a carta de vinhos do novo Wine Room. “O objectivo é mudar a cada dois meses e apresentar sempre sugestões que pequenos produtores nacionais”, explica à NiT. Em conjunto com Cristina trabalhou o menu dos vários petiscos que são servidos. Estas opções também irão mudar, tal como os vinhos.
Assim que entra na Wine Room encontra a área de taberna. Um balcão e algumas mesas a pedir para se sentar com copos de vinho e petiscos à frente. No piso inferior a decoração é mais de casa com sofás, cadeiras e móveis antigos, que compraram e encontraram. Cristina até deu nomes a alguns dos que trouxe, “é uma forma de me agarrar às coisas”. O sofá é o senhor Alfredo, já o abajur chama-se Matias.
Pode começar com umas simples tábuas de queijos e enchidos (desde 13€), também de produtores menos conhecidos, as tibornas de queijo de cabra com compota de figos (6€), a de bacalhau com nozes e figos (7€), mas também os crocantes de cogumelos (6,50€), o queijo no forno com mel e azeite de trufa (10€), ou os chouriços grelhados (9€).
Mais criativos são o presunto de pato curado com sal fumado e pimenta rosa, o escabeche de codorniz e as trufas de chocolate com carne no interior. Sim, há de javali, perdiz, veado e lebre. Tudo isto para acompanhar com bons vinhos. Se não souber o que escolher, pode sempre pedir conselhos a Carla Reis, que explica todos os sabores e as quintas de onde vêm.
Têm várias referências que são servidas em copo ou em garrafas. Para a sobremesa, a tábua para duas pessoas é uma das melhores sugestões. Há queijos, chocolates e compotas que têm degustações específicas, mas não se preocupe que a Carla também lhe diz por onde deve começar.
Estão a preparar um brunch vínico que irá estar disponível aos fins de semana. O Wine Room tem capacidade para 28 pessoas. E se reparar bem no logotipo do espaço encontra uma data: 1758. O interesse por João Freire em história levou-o até ao ano em que D. José I sofreu um atentado naquela zona. Por se ter salvo, mandou construir ali a Igreja de Nossa Senhora do Livramento, também conhecida como Igreja da Memória.
Quem manda nisto tudo?
Nome: João Freire
Idade: 53 anos
Prato favorito: requeijão com doce de abóbora
Nome: Cristina Cabrita
Idade: 34 anos
Prato favorito: queijo com doce
Nome: Carla Reis
Idade: 35 anos
Prato favorito: trufas de chocolate
Convença-nos a visitar este espaço: “É um espaço com novas experiências vínicas e harmonizações improváveis.”
Carregue na galeria para conhecer melhor o novo Wine Room.