Restaurantes
Fomos ao novo The Lingerie para provar o Grelo da Maria
A NiT esteve na inauguração do restaurante lisboeta onde só entram clientes maiores de 18 anos. E tivemos direito a tudo: preliminares, shows de striptease e um ménage à trois no final.
“Olá, boa noite, sejam bem-vindos ao The Lingerie.” A entrada podia ser igual à de qualquer outro restaurante de Lisboa, mas aqui o welcome drink, um espumante com sumo de laranja, é servido por uma empregada com um body negro bastante decotado, ajudada por outro colega não menos vestido — tronco nu, boxer e botas pretas. A NiT esteve na inauguração do novo espaço erótico lisboeta esta sexta-feira, 10 de fevereiro.
Depois do Porto, o The Lingerie chega até Lisboa e traz tudo aquilo a que os portuenses já estavam habituados há 13 anos: serem servidos por empregados seminus, comerem o Grelo da Maria ou o Minete Guloso enquanto assistem a espetáculos de striptease ao som de refrões como “Baby, baba/ Olha o que perdeu/ Baba, criança cresceu”. E quando dizemos assistir até estamos a ser simpáticos, porque aqui não são só os olhos que comem, mas já lá iremos.
Depois do welcome drink e ainda antes de se sentar à mesa, é altura de escolher o menu que quer para o jantar. Da caixa onde são registados os pedidos já se vê a sala: 80 lugares, paredes e cortinas vermelhas, luzes tipo discoteca, grandes imagens de manequins despidos em poses sensuais e, claro, o varão no centro de tudo. Aqui tem de escolher um de três menus: o Silver, o Gold e o Premier.
Custam entre 22,50 e os 55€, têm pratos diferentes, todos com nomes bastante sugestivos, casos dos já falados Minete Guloso — uns inocentes lombinhos de porco grelhados com legumes e batata — e do Grelo da Maria — um lombo de bacalhau gratinado com crosta de broa — sempre com espectáculo e bebida incluída. O mais caro, além de lhe dar bebida à discrição, também dá acesso a uma das mesas que ficam mais perto do varão.
Recebe ainda um cartão de consumo, caso queira beber mais alguma coisa além do menu, que será pago à parte. Depois, aí sim é encaminhado para a mesa por um dos empregados que podem bem agradecer a invenção do ar condicionado. E tal como acontece à entrada, onde tudo podia ser como num restaurante normal, à mesa o mesmo acontece. Olhámos duas vezes para o pão do couvert, e não foi preciso uma terceira para percebermos que um tinha uma forma fálica e o outro em tudo se assemelhava a uma mama. Assim começavam os preliminares — é como chamam às entradas. Trazem ainda uns folhados de alheira, paté de atum, azeitonas e cubos de queijo para acompanhar com o pão erótico.
O menu já estava escolhido, mas os empregados ainda vão de mesa em mesa tirar o pedido das bebidas de caneta em punho. As mulheres guardavam-na mesmo ao centro do decote, já os homens não reparámos onde a colocavam. A música esteve sempre alta durante toda a noite, mas a meio do prato principal — sim, pedimos o Grelo da Maria — aumentou de volume e começou o primeiro show de strip.
Sempre soubemos que era precisa muita força para dançar no varão, não medimos foi a pujança da bailarina. Só com a ponta do pé, e já sem a capa que trazia no início do espectáculo, vira para si a cadeira de um dos homens que assistia à performance. E lembra-se quando dissemos que os olhos não são a única que come pelo número 88 da António Augusto Aguiar? Pois bem, aqui é que está um elemento essencial na experiência que vai ter neste restaurante.
Há três cartões na mesa para definir a interação que os bailarinos podem ter: verde, amarelo ou vermelho
É sempre pedido aos clientes que não toquem, nem façam nada que os bailarinos ou empregos não queiram. Já o contrário é definido pelos clientes. Cada um tem na sua mesa uma moldura onde coloca visível um de três cartões: verde, amarelo e vermelho. Os clientes são o seu próprio semáforo. O verde indica que os bailarinos podem aproximar-se à vontade da mesa, o amarelo refere uma aproximação moderada e o vermelho é um repelente. Se quiser que a bailarina, ou bailarino, se sentem em cima de si, lhe conduzam as mãos pelo corpo para ajudar a tirar a roupa, então força, o verde é a sua cor, mas olhe que é um verde bem vivo.
E como é normal neste tipo de espetáculos pode sempre gratificar os bailarinos e os empregados. Para isso tem de trocar euros pela moeda do The Lingerie. São notas, tipo dólar, custam 1€ cada,e pode prendâ-las nas cuecas ou soutien do empregado que quiser. Durante o espetáculo o melhor é parar de comer e assistir, também a luz baixa e focada no varão que não lhe permite ver mais nada.
Na noite de inauguração houve direito a quatro shows, duas mulheres e dois homens com fantasias clássicas, como colegial, polícia e cowboy, mas também foram sorteadas viagens. A cada três meses oferecem uma viagem a Paris, só precisa de avaliar o espaço online e preencher uma ficha.
Já todas as noites o prémio é uma viagem à Madeira. E aqui não há sorte à mistura. Um elemento de cada mesa é convidado pelo speaker, que ao longo da noite anuncia os bailarinos, a dançar no varão. Tem de tirar uma peça de roupa e convencer a sala de que merece ganhar o prémio. E aqui vale tudo, e muito foi o que se aprendeu com performances dos bailarinos anteriores.
Já está a imaginar despedidas de solteiros com muito vinho à mistura e jantares de amigas onde a mais tímida acaba por ser a que mais aproveitou os músculos do striper Pois, carregue na foto para saber mais sobre o The Lingerie (e ver como é o Grelo da Maria).