Até há três meses, era no Bairro das Iguarias, no Porto, onde se provavam tostas a metro em pão alentejano. Agora, aquela morada é a casa oficial das arepas e da comida venezuelana na cidade.
A Dona Arepa abriu a 28 de fevereiro e o responsável é Francisco González, um venezuelano de 25 anos que vive em Portugal há sete. Filho de pai português, mudou-se para a Europa para estudar, quando tinha 18 anos, e licenciou-se no ano passado em Assessoria e Tradução, no ISCAP.
Tal como o nome sugere, as arepas — pratos de massa de pão feita com milho moído ou farinha de milho — são a grande especialidade. Por dentro desta massa, o recheio pode ser de frango (4€), atum (3,50€), queijo (3,50€) ou mista (3,50€), com ovos mexidos (4€), feijão preto e queijo venezuelano (4€); carne de novilho desfiada estufada (4,20€); ou de frango desfiado com abacate, cebola e maionese (4,50€).
A ideia de criar o restaurante e de mostrar “os sabores venezuelanos aos portuenses” já tem pelo menos três anos. Até aqui, Francisco não tinha tido a hipótese de concretizar o projeto — tinha aulas à noite e trabalhava durante o dia, em lojas, uma livraria ou empresas de distribuição alimentar. Na Venezuela já tinha trabalhado com familiares numa empresa que fazia serviço de catering em eventos.
“Quando aqui cheguei não havia nada de comida venezuelana, por isso é que também quis fazer este projeto”, diz à NiT.
Para preparar o negócio, foi conhecer outros venezuelanos que viviam na cidade e que podiam trabalhar consigo. Foi assim que arranjou um chef e um ajudante de cozinha daquele país. Com o Francisco e mais um empregado, estão quatro venezuelanos a trabalhar no Dona Arepa, bem no centro do Porto.
O espaço acolhedor tem lugar para 50 pessoas (dez na esplanada), que se espalham pelos 80 metros quadrados. Não foram necessárias grandes obras de remodelação para que o ambiente ficasse diferente do do Bairro das Iguarias, mas a decoração foi alterada para ter um registo mais sul-americano.
“Fui eu e o meu pai que arranjámos as mesas, cadeiras e criámos os centros de mesa.”
Além das arepas, há ainda empadas (a partir dos 2€) e tapas, entre os 1,50€ e os 3€. Francisco promete que em breve vão ter pabéllon, “o mais típico prato venezuelano”, que junta arroz branco cozido, carne desfiada, feijão preto e fatias de banana frita. Além disso, vão ter vários cocktails tropicais, sobretudo com rum.
Por enquanto, há cerveja Polar (2€), da Venezuela, e Malta Polar, uma bebida típica feita com cevada naquela zona da América do Sul.